Homens e mulheres regressam a casa após mais de 480 dias em cativeiro.
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Oito reféns, dos quais três israelitas e cinco tailandeses foram libertados na manhã desta quinta-feira, na primeira parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Após mais de 480 dias, os homens e mulheres irão regressar a casa.
Adam Berger
Agam Berger foi a primeira refém a ser libertada esta quinta-feira. A jovem de 20 anos tinha sido uma das sete militares sequestradas dia 7 de outubro de 2023 e foi levada para Gaza ainda de pijama, junto com Liri Albag, Karina Ariev, Danielle Gilboa e Naama Levy, que foram libertadas no passado sábado.
Antes da vida em cativeiro, Berger era uma violinista talentosa que adorava viajar, segundo conta a família citada pelo The Jerusalem Post. A jovem costumava fazer voluntariado com crianças com necessidades especiais.
Merav Berger, mãe da jovem, acredita que a filha foi responsável pelos penteados das várias raparigas libertadas, que aparecem com tranças no cabelo.. "Foi a Agam que fez as tranças às meninas que estão a ser libertadas", explicou Merav aos orgãos de comunicação israelitas.
Arbel Yehoud
Arbel Yehoud, civil de 29 anos, foi libertada pelo Hamas quase uma semana depois do previsto inicialmente, mas regressará a uma casa vazia. Israel insistiu para a libertação da mulher, de modo a respeitar o acordo que dava prioridade de libertação a jovens mulheres civis. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), Yehoud deveria ter feito parte do grupo de reféns libertadas no passado sábado.
A mulher foi levada a 7 de outubro junto com o parceiro Ariel Cunio de 27 anos, mas o homem continuará em cativeiro com o irmão David Cunio até à implementação da segunda parte do acordo de cessar-fogo. Durante o ataque, o cão do casal foi morto pelos membros do Hamas.
Yehoud cresceu no kibbutz de Nir Oz, onde a família viveu durante três gerações. "Eles [o casal] conhecem-se desde que nasceram", partilhou o irmão da jovem, Neta. Mas o romance apenas despertou quando Arbel voltou à terra natal e durante cinco anos foram inseparáveis.
Um momento que deveria ser de felicidade é assombrado pela tragédia que atingiu a família Yehoud. Durante meses, os familiares acreditavam que Arbel e o irmão mais velho Dolev de 35 anos estavam ambos em cativeiro, enquanto a mulher grávida e os três filhos ficaram em liberdade. A bebé nasceu pouco depois do ataque de outubro, mas as esperanças de conhecer o pai caíram por terra em junho de 2024, quando o corpo de Dolev foi encontrado pela IDF em Nir Oz.
Antes do sequestro, Arbel Yehoud trabalhava no Centro de Tecnologia, Ciência e Espaço do Conselho Regional de Eshkol, em Israel, e era conhecida na comunidade como a tia favorita que adora o espaço e a astronomia, passando bastante tempo com os sobrinhos. "Ela é uma tia que vem sempre, brinca e preocupa-se sempre", disse a cunhada de Arbel, Sigi, ao The Times of Israel.
Gadi Mozes
Gadi Mozes foi agricultor especializado em batatas a vida toda. Aos 79 anos foi levado pelo Hamas do kibbutz de Nir Oz, por ter tentado negociar com os terroristas que atacaram a comunidade. Mais de um ano depois, aos 80 anos, voltou a encontrar a liberdade, mas ainda longe da família.
Mozes era casado com Efrat Katz e tinha uma grande família em Nir Oz. Foi visto pela última vez à porta de casa enquanto os membros do Hamas exigiam dinheiro e as chaves do carro. A mulher estava dentro de casa com a filha, Doron, e as duas netas que estavam de visita.
Doron Katz Asher e as duas crianças, Raz e Aviv Asher, foram capturadas. Mozes foi levado separado da filha e das netas.
Durante alguns dias, acreditava-se que a esposa também tinha sido capturada até que encontraram o corpo. Efrat Katz foi sepultada pela restante família e amigos.
Agricultores tailandeses
Thenna Pongsak, Sathian Suwannakhan, Sriaoun Watchara, Seathao Bannawat e Rumnao Surasak são os restantes cinco reféns libertados esta quinta-feira que faziam parte do grupo de 31 pessoas de nacionalidade tailandesa capturados pelo Hamas em outubro de 2024. No total, 23 tailandeses já estão em liberdade, dois foram confirmados como mortos e o estado de um continua por apurar.
Israel costumava depender dos trabalhadores da Palestina, mas começou a receber bastantes migrantes após as revoltas palestinianas do final dos anos 80, segundo indica o The Washington Post. A maioria vem da Tailândia, constituindo o maior grupo de agricultores estrangeiros em Israel na atualidade. Antes do ataque de outubro, dados indicavam que havia cerca de 30 000 trabalhadores tailandeses a trabalhar no ramo da agricultura em Israel.
Após o dia 7 de outubro, cerca de 7000 migrantes regressaram a casa em voos de evacuação, causando uma escassez de mão-de-obra no país, que levou o ministério da agricultura israelita a anunciar incentivos para atrair de novo os trabalhadores. Os incentivos incluíam estender vistos e pagar bónus de 500 dólares por mês, cerca de 480 euros.
Apesar do conflito, quase 4000 tailandeses receberam permissão para trabalhar em Israel em 2024. O país mantém-se entre os principais quatro destinos de migração para a população tailandesa.
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