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As 'terras raras' na mira da América

Estados Unidos querem explorar metais fundamentais para a indústria tecnológica e em solo ucraniano, a troco da continuação do apoio militar a Kiev.

10 de fevereiro de 2025 às 01:30

Lítio, titânio, urânio e, sobretudo, ‘terras raras’ em troca de ajuda militar e segurança. Esta é a proposta feita por Donald Trump à Ucrânia e que Kiev já se mostrou disponível para aceitar. “Queremos chegar a um acordo com a Ucrânia em que eles prometam as suas terras raras e outras coisas em troca do que lhes damos”, disse o Presidente norte-americano, colocando como prioridade as ‘terras raras’.

“Estamos a investir centenas de milhares de milhões de dólares. Eles têm excelentes ‘terras raras’. Quero a sua segurança e eles estão dispostos a fazer isso”, acrescentou Trump. A proposta já teve acolhimento por parte do Presidente ucraniano.

“Disse aos nossos parceiros americanos: invistam na Ucrânia. Tragam empresas. Trabalhem connosco. Vamos desenvolver estes recursos juntos”, revelou Zelensky. Apesar do nome, as ‘terras raras’ não são definidas pela sua raridade, mas pela dificuldade de extração dos metais.

Constituem um conjunto de 17 elementos químicos, cada um com propriedades distintas - como túlio, itérbio, lantânio, cério, érbio, hólmio ou neodímio -, com múltiplas utilizações no domínio tecnológico: por exemplo, na produção de supercondutores, baterias, lasers, radares, cabos de fibras óticas, turbinas eólicas, discos rígidos de computadores e ecrãs LCD, ou componentes de carros elétricos ou híbridos e telemóveis.

As reservas globais de ‘terras raras’, descobertas no final do século XVIII na Suécia, rondam os 110 milhões de toneladas, sendo que 44 milhões estão localizados na China.

Em segundo lugar surgem o Brasil e o Vietname (com 22 milhões cada). A Rússia conta com 11 milhões de toneladas. Existem, ainda, importantes reservas na Índia.

Os EUA não vão além dos 1,4 milhões de toneladas. A Europa importa 100% destes elementos. Há, contudo, um problema na proposta de Trump: uma parte das reservas ucranianas encontra-se em zonas ocupadas por Moscovo.

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