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Atentado na city é questão de tempo

Um atentado terrorista de grandes dimensões contra a ‘city’ de Londres, o grande centro económico e financeiro da capital britânica, é apenas “uma questão de tempo”, advertiu ontem um alto responsável da Polícia britânica.

11 de agosto de 2005 às 00:00

“Se o objectivo é prejudicar o governo, matar muitas pessoas e causar a máxima perturbação possível, que outro alvo é melhor que o centro financeiro de uma grande cidade?”, questionou James Haart, comissário da Polícia responsável pela ‘city’ londrina, lembrando que o ‘coração’ financeiro de Londres tem sido um alvo do terrorismo há mais de três décadas. “Julgo que é uma questão de ‘quando’, e não de ‘se’”, acrescentou, referindo-se à possibilidade de a ‘city’ voltar a ser atacada.

A convicção de Haart é baseada não apenas em probabilidades, mas em factos: desde os atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, a Polícia britânica detectou várias “acções de vigilância hostil” de grupos terroristas na zona da ‘city’. “Todos os grupos terroristas que querem ser bem sucedidos vigiam previamente o seu alvo. Não temos a menor dúvida de que tem havido esse tipo de vigilância e que conseguimos perturbar várias dessas acções”, assegurou o comissário, que não quis entrar em mais pormenores sobre as operações realizadas pela Polícia, limitando-se apenas a afirmar que não foram efectuadas quaisquer detenções.

Segundo Haart, apenas metade das centenas de empresas sediadas no ‘coração’ financeiro de Londres têm planos de contingência para a eventualidade de um atentado terrorista. As outras encontram-se completamente desprevenidas e teriam sérias dificuldade em recuperar de um ataque.

ADVERTÊNCIA A JUÍZES

Entretanto, a polémica sobre as novas leis antiterroristas continua a agitar a sociedade britânica. Ontem, num texto publicado no jornal ‘Daily Telegraph’, o líder do Partido Conservador (oposição), Michael Howard, exortou os juízes a não irem contra a vontade do Parlamento, afirmando mesmo que a sua resistência às novas leis pode colocar em causa a segurança do Reino Unido. “O Parlamento deve ser soberano. O activismo dos juízes pode não apenas minar a confiança do público mas também colocar em causa a nossa segurança”, advertiu.

QUÍMICO CONHECIA BOMBISTAS

O engenheiro bioquímico egípcio que chegou a estar detido por suspeita de envolvimento nos atentados suicidas de 7 de Julho em Londres conhecia dois dos bombistas. A admissão foi feita pelo próprio depois de ter sido libertado pela Polícia egípcia após várias semanas de cativeiro. Magdy al-Nashar afirma ter conhecido Jermaine Lindsay – o bombista de origem jamaicana – na mesquita de Leeds, em Outubro do ano passado. Ambos ficaram amigos e, em Junho deste ano, Lindsay telefonou-lhe a pedir para o ajudar a encontrar um apartamento em Leeds para se mudar com a mulher e o filho. Mais tarde, o egípcio ter-se-á encontrado com Lindsay em Leeds, e este estava acompanhado por outro homem, que apresentou como ‘Mohammed’ mas que era na realidade Hasib Hussain, outro dos bombistas. Segundo al-Nashar, Lindsay era uma pessoa “simpática e atenciosa” e nada fazia prever que fosse um terrorista. O egípcio, que estudou na Universidade de Leeds, afirma agora recear pela sua segurança se regressar ao Reino Unido depois de ter sido acusado de ser um dos terroristas.

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