page view

Ativistas apontam vários mortos e dezenas de feridos em manifestações no Essuatíni

Nenhum destes números foi confirmado pela polícia.

30 de junho de 2021 às 17:28

Várias pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em novos confrontos entre a polícia e manifestantes no reino de Essuatíni, informaram hoje ativistas pró-democracia.

"Oito manifestantes foram mortos a tiro em Manzini, a cerca de 40 quilómetros da capital, Mbabane, disse o porta-voz da Rede de Solidariedade da Suazilânia, Lukcy Lukhele, citado pela agência France-Presse, acrescentando que 28 manifestantes foram atingidos por tiros.

O secretário-geral da Frente Democrática Unida da Suazilândia, Wandile Dludlu, que acusou o rei do Essuatíni, Mswati III, de na segunda-feira ter "libertado soldados e polícias armados sobre civis desarmados", disse que 18 pessoas foram baleadas.

Nenhum destes números foi confirmado pela polícia.

Os protestos são raros no Essuatíni, pequeno Estado na fronteira entre Moçambique e África do Sul que até há poucos anos tinha o nome de Suazilândia. Os partidos políticos estão proibidos, mas nas últimas semanas irromperam protestos violentos em partes do território contra aquela que é a última monarquia absoluta de África.

O Governo do Essuatíni anunciou, na terça-feira, a imposição de um recolher obrigatório e o encerramento das escolas, invocando o combate à pandemia de covid-19.

Segundo Dludlu, as duas principais cidades do país -- Manzini e Mbabane --, estão sob controlo militar, estando o acesso à Internet também limitado.

O primeiro-ministro interino, Temba Masuku, que substituiu Ambrose Dlamini após a sua morte por covid-19 em dezembro, pediu "calma, contenção e paz", tendo prometido que o executivo irá, ao longo do dia, atualizar a nação "sobre as intervenções face à situação atual".

Masuku negou também os rumores de que o rei Mswati III tenha fugido, apontando que o chefe de Estado está "no país e continua a governar".

No seu Portal das Comunidades, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português emitiu um aviso em 28 de junho sobre o número de casos positivos neste país da África Austral, que "tem vindo a aumentar ligeiramente ao longo do último mês", e também sobre as condições de segurança.

No aviso, o departamento governamental português recordou que o reino de Essuatíni "é um país relativamente seguro, quer nas principais cidades e na capital (Mbabane), quer no interior e estradas", mas referiu que "atendendo, por outro lado, às recentes greves e manifestações em diferentes áreas do país, aconselha-se reforçados cuidados de segurança e vigilância".

Na semana passada, o Governo proibiu manifestações e o comissário da polícia nacional, William Dlamini, alertou que os seus homens iram adotar uma política de "tolerância zero".

No poder desde 1986, Mswati III, que tem 14 mulheres e mais de 25 filhos, é alvo de críticas pelo seu punho de ferro e pelo seu estilo de vida luxuoso num país em que dois terços dos 1,3 milhões de habitantes vivem abaixo do limiar da pobreza.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8