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Estado italiano retira concessão a gestor da ponte em Génova

Governo considera que empresa da família Benetton deve ser responsabilizada.

16 de agosto de 2018 às 01:30

O governo italiano, do primeiro-ministro Giuseppe Conte, anunciou esta quarta-feira que foi tomada a decisão de retirar a concessão da autoestrada 10, na qual se inclui a ponte de Génova que ruiu na terça-feira, à Autostrade per l’Italia, empresa controlada pela família Benetton. A derrocada fez pelo menos 39 mortos e 16 feridos, 12 deles graves, de acordo com números atualizados ontem.

"Tragédias como estas são inaceitáveis numa sociedade moderna", afirmou Conte. Considerando não haver dúvidas de que a responsabilidade pela manutenção da estrutura cabia à Autostrade. Defendeu, por isso, a urgência da revogação: "Não podemos esperar o tempo da Justiça penal, temos a obrigação de garantir que os cidadãos viajem em segurança."

O ministro das Infraestruturas, Danilo Toninelli, considerou, por seu lado, "que os diretores da Autostrade deviam demitir-se" e anunciou que está em estudo a aplicação de multas de até 150 milhões de euros à empresa. "Se não são capazes de gerir as nossas autoestradas, o Estado encarrega-se disso", afirmou ainda.

Matteo Salvini, ministro do Interior, reforçou a ideia de responsabilidade da empresa ao frisar que "uma companhia que ganha milhares de milhões deve explicar aos italianos por que não fez o possível por reinvestir parte desses ganhos em segurança".

A Autostrade rejeita culpas, repetindo que as inspeções da estrutura estavam em ordem e que fez todas as obras necessárias seguindo um programa de manutenção aprovado pelo governo. A empresa diz ainda que os resultados das inspeções "eram tranquilizadores".

Apesar da promessa de Conte, a retirada de concessão à Autostrade não é fácil e poderá custar um valor correspondente ao cálculo dos ganhos da empresa até 2042, ano em que finda o contrato de exploração assinado em 2007.

Duas famílias sepultadas nos escombros da ponte de Génova  

Uma segunda família foi também arrebatada pela tragédia. Andrea Vitonne, de 59 anos, e Claudia Possetti, de 48, viajavam com os filhos, Camila, de 12 anos, e Manuele, de 16. Entre os mortos identificados há ainda um jogador de futebol amador, um chef e a mulher, quatro turistas franceses, um par de namorados e um camionista de 43 anos.

PORMENORES 

Estado de emergência

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, declarou o estado de emergência por 12 meses na região da Ligúria em resposta à tragédia da ponte e anunciou uma ajuda inicial de cinco milhões de euros à região. Disse ainda que haverá um dia de luto nacional a coincidir com os funerais das vítimas.

Risco de nova derrocada

As buscas de sobreviventes e vítimas entre os escombros da ponte foram interrompidas ontem devido ao risco de novas derrocadas. A decisão foi tomada após o alerta dos bombeiros para rachas num pilar.

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