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Ben Gvir chama "terroristas" a ativistas da flotilha

Ativistas viram as suas embarcações intercetadas entre quarta e quinta-feira pelo exército israelita.

03 de outubro de 2025 às 13:47

O ministro da Segurança Nacional de Israel, o ultranacionalista Itamar Ben Gvir, classificou esta sexta-feira como "terroristas" os ativistas da Flotilha Global Sumud, durante uma visita aos detidos no porto israelita de Ashdod.

Os ativistas viram as suas embarcações intercetadas entre quarta e quinta-feira pelo exército israelita quando tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

"Estes são os terroristas da flotilha. São terroristas", insistiu Ben Gvir, segundo um vídeo divulgado nas redes sociais, em que acrescenta que os ativistas "apoiam assassinos" e que o seu objetivo não era ajudar a população palestiniana, mas sim "os terroristas de Gaza".

"São terroristas, apoiam o terrorismo", continuou a insistir, enquanto alguns dos detidos, que se encontram a aguardar deportação, gritavam "Palestina livre".

O ministro israelita afirmou ainda que a situação a bordo de uma das embarcações "era um caos" e alegou que não havia ajuda humanitária, apesar das imagens divulgadas pelos ativistas durante a viagem a mostrar a carga.

"Tudo era uma grande festa. Não vejo nada aqui. Não há ajuda e não há missão humanitária", declarou Ben Gvir, que tutela a Polícia de Israel no âmbito do Governo liderado por Benjamin Netanyahu, integrado por forças da direita radical e partidos ultraortodoxos.

As autoridades israelitas indicaram hoje que os 470 ativistas que seguiam nas embarcações já passaram por um "processo de inspeção" após o transporte para Ashdod, antes da sua deportação.

Entre os detidos estão os quatro portugueses que integravam a missão: a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.

As autoridades israelitas já expulsaram do país quatro deputados e eurodeputados italianos.

A Flotilha Global Sumud, que tentava entregar ajuda a Gaza, denunciou o que considerou ser "um ataque ilegal contra ativistas desarmados" e defendeu a necessidade de "desafiar a normalidade genocida com desobediência civil", perante a ofensiva israelita contra o enclave em resposta aos ataques de 7 de outubro de 2023, reivindicados pelo movimento islamita Hamas.

A ofensiva israelita já provocou mais de 66.200 mortos na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais, controladas pelo Hamas, incluindo 455 pessoas, entre as quais 151 crianças, vítimas de fome e desnutrição.

Esta situação ocorre no meio de críticas internacionais às ações do exército israelita, em particular ao bloqueio da ajuda humanitária, que levou à declaração de situação de fome no norte do território.

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