Declarações de Peter Altmaier surgem um dia depois de a chanceler alemã ter anunciado que ia suspender a venda de armas à Arábia Saudita.
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O governo alemão instou esta segunda-feira a Europa a ter uma posição comum sobre a venda de armas à Arábia Saudita, após Berlim ter anunciado a suspensão destas exportações até serem apuradas as circunstâncias da morte do jornalista Jamal Khashoggi.
"Para mim seria importante que pudéssemos chegar a uma posição europeia", afirmou o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, em declarações à televisão pública alemã ZDF, acrescentando que o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, também partilha desta opinião.
"E se todos os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus concordarem, então isso vai impressionar o Governo em Riade", disse Altmaier.
Lembrando a decisão de Berlim, anunciada no domingo pela própria chanceler, Angela Merkel, o ministro da Economia pediu ainda que outros países não preencham o "vazio" deixado pela suspensão alemã ao prosseguirem com a exportação de armas.
As declarações de Peter Altmaier surgem um dia depois de a chanceler alemã ter anunciado que a Alemanha ia suspender a venda de armas à Arábia Saudita.
"No que diz respeito às exportações de armas, não podem ocorrer no atual momento. Concordo com todos aqueles que dizem que as exportações não podem interferir na situação em que estamos, mesmo que as vendas sejam já limitadas", disse Merkel aos jornalistas, à saída de um encontro com funcionários do seu partido, a União Democrata Cristã (CDU).
"Ainda há coisas que devem ser urgentemente esclarecidas" pelas autoridades sauditas sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi, referiu na mesma altura a líder alemã.
Segundo dados apresentados pela agência France-Presse (AFP), este ano a Alemanha autorizou 416,4 milhões de euros de exportações de armas para a Arábia Saudita.
O caso Khashoggi também poderá ter repercussões nas relações comerciais entre o Canadá e a Arábia Saudita.
No domingo, em declarações num programa de televisão, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, admitiu cancelar um grande contrato de venda de armas a Riade.
Trudeau declarou que um contrato no valor de 15 mil milhões de dólares canadianos (9,9 mil milhões de euros) para a venda de veículos blindados leves a Riade está dependente de "cláusulas que devem ser seguidas em relação ao uso do que lhes é vendido".
"Se eles não seguirem estas cláusulas, definitivamente cancelaremos o contrato", acrescentou.
As regulamentações canadianas sobre a venda de equipamentos militares contêm restrições a violações de direitos humanos contra os cidadãos do país onde as armas foram vendidas e proíbem o uso contra civis.
Jamal Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 02 de outubro, para obter um documento para se casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto.
O jornalista saudita, que colaborava com o jornal The Washington Post, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade.
No sábado, a Arábia Saudita admitiu que Jamal Khashoggi foi morto nas instalações do consulado saudita em Istambul. Durante vários dias, as autoridades sauditas tinham afirmado que ele saíra vivo do consulado.
Nesse mesmo dia, a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), a italiana Federica Mogherini, exigiu uma "investigação aprofundada" sobre a morte "extremamente perturbadora" do jornalista saudita.
A União Europeia "insiste na necessidade de uma investigação aprofundada, credível e transparente, que esclareça as circunstâncias da morte e force os responsáveis a assumir total responsabilidade", afirmou Mogherini, num comunicado.
Portugal já afirmou que se revê nesta posição da UE e que todas as responsabilidades devem ser apuradas.
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