Novo presidente promete “libertar o Brasil do socialismo e do politicamente correto”. Prioridade será “restaurar a ordem” e “acabar com a corrupção”.
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Esta é a nossa bandeira, que jamais será vermelha, a não ser pelo sangue que tivermos de derramar para a manter verde e amarela", disse esta terça-feira Jair Bolsonaro, pouco após tomar posse como 38º Presidente do Brasil numa cerimónia que marcou uma viragem histórica no país após anos de governos de esquerda.
Num discurso menos formal do que aquele que tinha feito minutos antes no Congresso, Bolsonaro dirigiu-se diretamente à multidão e afirmou que o Brasil começou ontem a "libertar-se do socialismo e do politicamente correto", numa referência aos governos de Lula da Silva e de Dilma Rousseff. O novo presidente prometeu ainda fazer renascer a grandeza do país retirando o peso do Estado que impede o crescimento do Brasil.
"Vamos propor e implementar as reformas necessárias. Vamos ampliar a infraestrutura, desburocratizar, simplificar, tirar a desconfiança e o peso do Estado sobre quem trabalha e quem produz", disse Bolsonaro, reafirmando ainda a sua determinação em combater a criminalidade: "Também é urgente acabar com a ideologia que defende bandidos e criminaliza polícias", defendeu.
Antes, no primeiro discurso como presidente, no Congresso, Bolsonaro afirmara que a sua missão era acabar com a corrupção e a "submissão a ideologias que desvirtuam os valores da família" e prometera "restaurar a ordem" no país.
A tomada de posse decorreu sob fortes medidas de vigilância, o que não impediu o novo presidente de desfilar em carro aberto para saudar a multidão, ignorando os conselhos da segurança.
Pormenores
Ausências notadas
Os ex-presidentes Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso não estiveram presentes na cerimónia, ao contrário dos antigos chefes de Estado Fernando Collor de Mello e José Sarney.
Poucos estrangeiros
Apenas 12 chefes de Estado e de Governo estrangeiros assistiram à tomada de posse, a maioria da América Latina. O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, foram os únicos europeus. Os EUA enviaram o secretário de Estado Mike Pompeo.
Marcelo deseja sorte ao novo presidente e não esquece CPLP
O Presidente da República desejou ontem boa sorte a Jair Bolsonaro. "Se já é complexo ser presidente de um país como Portugal, agora pense- -se num país com muito mais habitantes, que é quase um continente", referiu Marcelo Rebelo de Sousa. O Chefe de Estado encontra-se hoje com o novo presidente brasileiro, no Palácio do Planalto, e já leva a lição estudada: "O Brasil tem de estar profundamente empenhado na CPLP e é isso que eu vou dizer ao presidente Bolsonaro e é isso que espero ouvir da parte dele", disse Marcelo, para quem "não há CPLP sem o Brasil".
"Acreditamos numa mudança"
"A partir de hoje, acreditamos que possa haver uma mudança, depois de 13 anos de muita corrupção, roubo e falta de confiança do povo brasileiro. Queremos um país melhor", diz ao CM João que, juntamente com a família, percorreu mais de mil quilómetros entre o Espírito Santo e Brasília para assistir à tomada de posse de Bolsonaro.
"Acreditamos no nosso presidente", afirma o empresário, que veste uma camisola com o rosto do militar na reserva e exibe a bandeira do país. A capital do Brasil vestiu-se ontem de verde e amarelo. Milhares de brasileiros celebraram a chegada do novo presidente ao Planalto, sob forte restrições. A maioria apenas conseguiu ver Bolsonaro nos ecrãs gigantes.
"Nunca se viu nada assim. Esta operação é inédita e fica para a história. Nenhum presidente teve uma posse com tanta segurança", desabafa um militar do Exército, enquanto tira fotografias do recinto. "Nada pode dar errado", frisa. Atiradores nos telhados, revistas minuciosas, tanques de guerra, barreiras de arame farpado e milhares de polícias no terreno, fortemente armados. Foi tudo planeado ao pormenor. Dois helicópteros da Força Área sobrevoaram a Esplanada dos Ministérios e mísseis antiaéreos estavam a postos para abater qualquer aeronave que representasse uma ameaça.
Acabar com a "porcaria marxista" nas escolas
Numa mensagem divulgada na véspera da tomada de posse, o novo presidente brasileiro prometeu "acabar com a porcaria marxista nas escolas", que considerou responsável por o Brasil estar nos últimos lugares dos rankings internacionais de Educação.
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