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Bolsonaro em fúria acusa Supremo Tribunal de apoiar Lula da Silva e chama-o de bêbedo

Presidente brasileiro teve um acesso de fúria durante um encontro informal com jornalistas no Palácio da Alvorada, a residência presidencial em Brasília.

08 de outubro de 2022 às 14:40

Sem qualquer motivo aparente desta vez, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, candidato à reeleição na segunda volta das presidenciais, no dia 30, teve um inesperado acesso de fúria durante um encontro informal com jornalistas no Palácio da Alvorada, a residência presidencial em Brasília. Completamente descontrolado e aos gritos, acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de apoiar o seu adversário na corrida eleitoral, Lula da Silva, e ofendeu o ex-presidente, que lidera as sondagens.

A exaltação do presidente não foi provocada por qualquer pergunta incómoda dos muitos jornalistas que estavam ao seu redor. Descontrolou-se, subitamente, quando conversava sobre vários assuntos da vida brasileira.

Bolsonaro, que até aí parecia sereno, de repente começou aos gritos, a ponto de ficar rouco e quase sem ar, e disse que o Supremo Tribunal apoia o seu adversário na corrida pela presidência, porque, disse, Lula da Silva tem "o rabo preso", ou seja, tem pendências com a justiça. Por isso,  o presidente avançou que o Supremo Tribunal está a manobrar para eleger Lula para depois o comandar, para o manobrar, o que, complementou, não conseguiria fazer com ele, Bolsonaro, por não dever nada à justiça.

Sem que alguém tivesse coragem de o interromper, tanta a raiva que evidenciava, Bolsonaro virou depois a sua metralhadora giratória para o juiz Alexandre de Moraes, que comanda várias investigações contra ele no STF e é, também, o presidente do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, o órgão responsável pelas eleições. O chefe de Estado afirmou que o magistrado é um "criminoso" e "um ditador" que viola repetidamente a lei e a Constituição só para o prejudicar, pois, acrescentou Jair Bolsonaro, tem "um problema pessoal" com ele, embora, confessou, não saiba qual.

Finalmente, chegou a vez de Lula da Silva, que venceu a primeira volta das presidenciais no passado domingo e lidera as sondagens para a segunda. Bolsonaro chamou Lula de "pingunço", um termo bem pejorativo para chamar alguém de bêbedo, afirmou que o adversário é chefe de uma "quadrilha", o Partido dos Trabalhadores, e perguntou o que será do Brasil se o adversário realmente for eleito.

Em seguida, repentinamente mais calmo, tentou ser simpático com os perplexos repórteres. Fez uma ou outra piada e convidou a todos para almoçarem com ele.

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