Forte acusação consta num depoimento colaborativo feito por António Palocci.
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A ex-presidente brasileira Dilma Rousseff ajudou a operação anti-corrupção Lava Jato a incriminar o também ex-presidente Lula da Silva para o tirar do caminho dela e lhe permitir reeleger-se em 2014, como acabou por acontecer. A forte acusação consta num depoimento colaborativo feito pelo ex-ministro de ambos António Palocci em Agosto de 2018 mas só tornado público esta sexta-feira.
Segundo o antigo ministro das Finanças do primeiro governo de Lula e ministro da Casa Civil no primeiro governo de Dilma, ela estava bastante incomodada com o controle que o seu antecessor queria manter sobre o governo dela e com a obsessão dele em voltar à presidência. Por isso, acusa Palocci, já condenado por corrupção e a cumprir prisão domiciliária após mais de dois anos numa cadeia, quando a Lava Jato surgiu Dilma viu aí a sua grande chance de se livrar de Lula.
Segundo o delator, mesmo após ter deixado a presidência em Dezembro de 2010, Lula da Silva, que foi essencial para a eleição de Dilma, queria continuar a controlar o governo dela e pressionava-a insistentemente, dizendo-lhe o que deveria e não deveria fazer. Além disso, consta ainda no depoimento, Lula tinha a obsessão de voltar a candidatar-se nas presidenciais de 2014, o que contrariava o projeto da própria Dilma de conquistar mais um mandato.
Por isso, assegura o ex-homem de confiança de ambos, Dilma "deu corda" (na expressão usada por Palocci) à Polícia Federal e ao Ministério Público, incentivando o aprofundamento das investigações da Lava Jato contra o seu padrinho político, acreditando que a vaga de denúncias que viria a público contra Lula enfraqueceria o projecto dele de voltar à presidência.
As declarações de Palocci corroboram rumores insistentemente repercutidos na época pela imprensa sobre uma ruptura entre Dilma e Lula em 2014 exatamente pela disputa de ambos pelo poder.
Lula acabou por ser condenado a 12 anos e um mês de cadeia por corrupção em 2018, sendo por isso impugnado das presidenciais desse ano, que acabaram por ser vencidas por Jair Bolsonaro, e cumpre a pena em Curitiba desde 7 de Abril, enquanto novos processos contra ele estão perto da fase de sentença e podem complicar ainda mais a sua situação.
Em comunicado divulgado após a revelação do conteúdo do depoimento de Palocci, Dilma negou as acusações e classificou-as como uma tentativa de provocar intriga entre ela e Lula.
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