Sairam de Gaza 32 brasileiros.
Os brasileiros apanhados pelo início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, que esperavam em verdadeira agonia a oportunidade de conseguirem deixar o enclave, cruzaram ao amanhecer deste domingo a fronteira para o Egipto. Inicialmente o grupo era formado por 34 brasileiros e familiares, mas no último momento uma mãe e a filha de 12 anos voltaram para trás e permaneceram em Gaza, porque o resto da família não conseguiu autorização para deixar o território.
Os brasileiros, como cidadãos de países de todo o mundo e os próprios habitantes de Gaza, viveram semanas de terror, abrigados em abrigos improvisados conseguidos por diplomatas brasileiros mas rodeados de perigo por todos os lados. Primeiro foram abrigados numa escola católica na cidade de Gaza, que foi bombardeada pela força aérea israelita mesmo Israel tendo sido informado pelo Brasil de que ali estavam brasileiros civis, a maioria crianças e mulheres, e após esse ataque foram para Khan Younes, cidade no sul da Faixa de Gaza e mais próxima da fronteira com o Egipto.
Instalado numa casa alugada pelo governo brasileiro, o grupo viveu novos dias indescritivelmente angustiantes, com as casas vizinhas sendo destruídas por ataques aéreos e tendo de sobreviver sem água potável, sem energia e, nos últimos dias, sem comida, que a cada novo dia de guerra escasseia ainda mais em toda a Faixa de Gaza.
Depois de muita negociação entre o governo brasileiro com os do Egipto, de Israel, dos EUA e da Palestina, com momentos de grande tensão entre Brasília e Telavive, o grupo de brasileiros foi finalmente autorizado a deixar a Faixa de Gaza na passada quinta-feira. Entretanto, problemas na fronteira, obrigaram o grupo a permanecer junto à única saída do território para o Egipto, a Passagem de Rafah, até ao amanhecer deste domingo, quando, finalmente, foi autorizado a cruzar a fronteira.
De acordo com o Itamaraty, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Brasília, o grupo foi recebido no lado egípcio por diplomatas do Brasil, passou por avaliação médica e vai passar o dia no Egipto para poder descansar um pouco e receber cuidados e alimentação adequados, depois de tanto tempo de privações. Um avião da presidência brasileira, que aguardava há três semanas no aeroporto do Cairo, capital do Egipto, levará o grupo para Brasília esta segunda-feira.
Ainda no Aeroporto de Brasília, uma força conjunta de diversos órgãos governamentais receberá os repatriados e tratará de toda a documentação necessária e do encaminhamento de cada um para as cidades onde têm família. Os que não têm ninguém no país, serão enviados para uma casa no interior de São Paulo que costuma receber refugiados até que estes consigam estabelecer-se e possam seguir a vida pelos seus próprios meios.
Além deste grupo de 32 pessoas, um outro, de aproximadamente 40, também pediu apoio ao governo do Brasil para deixar a Faixa de Gaza. São brasileiros e familiares que inicialmente pretendiam ficar em Gaza mas que, ante o brutal aumento da violência no enclave, mudaram de idéias e pediram para serem repatriados.
Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, no início de Outubro, o Brasil já repatriou mais de 1500 brasileiros da região, sendo 1416 de Israel, algumas dezenas da Cisjordânia e agora este novo grupo, de Gaza. Diversos aviões da Força Aérea Brasileira, FAB, fizeram para isso uma verdadeira ponte aérea entre Brasília, Telavive, Amã (na Jordânia) e, agora, Cairo, no Egipto, e em todas as viagens de regresso ao Brasil, médicos e psicólogos militares deram os primeiros atendimentos aos repatriados ainda durante os voos.
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