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Analistas destacam importância das notícias falsas no resultado final das eleições no Brasil

"As notícias falsas tiveram um papel essencial, no final da primeira volta", diz Francisco Fonseca.

26 de outubro de 2018 às 13:05

Um grupo de analistas brasileiros consideram que as notícias falsas e o uso de plataformas como o Whatsapp para mobilizar grandes grupos de eleitores foram decisivas para o resultado das eleições presidenciais brasileiras de domingo.

O professor da Fundação Getúlio Vargas (PGV) Francisco Fonseca considerou, em declarações à Lusa, que as notícias falsas "tiveram um papel essencial, principalmente no final da primeira volta", que permitiu a passagem de Jair Bolsonaro (Partido Social Liberal, PSL) e Fernando Haddad (Partido dos Trabalhadores, PT).

"O WhatsApp é um universo sem controlo, que está na mão de uma empresa privada" e é "um terreno de ninguém em que Bolsonaro e seus amigos empresários usaram caixa 2 [dinheiro não declarado à Justiça] para cometer crime eleitoral", afirmou, numa referência ao facto de a candidatura do PSL ter pago milhões de dólares para financiar campanhas de notícias falsas e angariação de membros para grupos fechados.

País dividido à espera de um presidente que não é consensual

Milhões de brasileiros são chamados a votar no domingo na segunda volta das eleições presidenciais, um escrutínio que polarizou o país, com cada um dos candidatos com mais de 40 por cento de índices de rejeição.

Polarização política, desilusão popular com o a corrupção e o descalabro do Estado numa campanha eleitoral recheada de polémicas em que as notícias falsas foram mais comentadas do que debates e propostas são as principais marcas da eleição presidencial, afirmou à Lusa Luiz Antonio Dias, historiador e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

A campanha contrariou grande parte dos analistas que previam a eleição mais concorrida desde a redemocratização do país, em 1989, dado o envolvimento de políticos em escândalos de corrupção e os efeitos de uma grave crise económica.

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