Interdição dos voos para o país europeu foi aprovada quinta-feira, em reunião do Conselho de Ministros.
O Governo cabo-verdiano assumiu esta sexta-feira que não está em cima da mesa suspender, além de Itália, voos de outros países, devido ao alastramento do coronavírus, mas garantiu que isso será feito se for necessário defender a saúde pública.
A interdição dos voos de Itália para aeroportos de Cabo Verde foi aprovada quinta-feira, em reunião do Conselho de Ministros, e entrou imediatamente em vigor por um período de três semanas, findo o qual será reavaliada a decisão em função da evolução do alastramento do novo coronavírus naquele país europeu, que soma mais de 650 casos e 17 mortos até ao dia de hoje.
Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para abordar as decisões tomadas na quinta-feira pelo Governo, o ministro de Estado e com a tutela da Presidência do Conselho de Ministros, explicou esta sexta-feira que a opção pela interdição de voos de Itália foi feita após uma "reflexão profunda" em conjunto "com todas as partes envolvidas" e apesar da repercussão que pode representar para a economia cabo-verdiana, dependente do turismo.
"Consideramos que é mais importante defender a saúde dos cabo-verdianos do que outra qualquer variável", disse o ministro Fernando Elísio Freire.
Questionado pela Lusa sobre a possibilidade de aplicar a interdição de voos a outros países afetados pelo surto, em função do seu alastramento, o governante afirmou que isso, para já, não se coloca.
"Cabo Verde irá manter a sua linha de defesa da saúde pública e atuar sempre que for necessário para a defesa da saúde pública. E se for necessário interditar outros voos - que não está em cima da mesa ainda, o Governo não está a pensar nisso -, mas se for necessário claro que atuaremos em defesa da saúde pública dos cabo-verdianos e do nosso país", afirmou o ministro de Estado.
Sobre a decisão em relação aos voos de Itália, explicou que o "epicentro" do alastramento do coronavírus naquele país europeu -- no norte - , é precisamente "numa zona emissora de turistas especificamente para Cabo Verde".
"Nas Canárias [Espanha, arquipélago próximo de Cabo Verde], um hotel com cerca de mil clientes ficou em quarentena. Os efeitos para a economia cabo-verdiana seriam de facto muito preocupantes se acontecesse uma situação dessas no nosso país", assumiu o ministro de Estado.
Fernando Elísio Freire garantiu que Cabo Verde "está a tomar todas as medidas" para defender "a saúde pública de todos os cabo-verdianos", apesar da realidade que representa a circulação de pessoas a nível global, deixando ainda o apelo interno: "não desinformar, serenidade e confiança nos serviços de saúde cabo-verdianos".
A interdição de todos os voos de Itália para Cabo Verde entrou quinta-feira em vigor, com o Governo cabo-verdiano a invocar a necessidade de garantir a segurança em matéria de saúde pública.
O anúncio desta decisão foi feito na quarta-feira à noite pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, garantindo que a interdição de todos os voos com origem em Itália terá um prazo inicial de três semanas.
Na resolução do Conselho de Ministros que entrou na quinta-feira em vigor, o Governo justifica a decisão por entender que deve "tomar medidas preventivas urgentes para garantir a segurança do país em matéria de saúde pública".
"Considerando o nível de alerta da OMS [Organização Mundial de Saúde] e a crescente ansiedade da população sobre esta situação e não descurando os fracos recursos médicos do país em fazer face a uma situação em grande escala", lê-se na resolução.
"A situação será avaliada para decisão sobre a continuidade da medida ou seu cancelamento conforme o estado da evolução do coronavírus (Covid-19) em Itália", lê-se ainda.
A resolução recorda que Cabo Verde tem ligações diárias áreas com aquele país europeu e que recebe anualmente 30 mil turistas provenientes de Itália, com uma média de estadia -- sobretudo nas ilhas do Sal e da Boa Vista - de seis dias. Por outro lado, é também sublinhado que o Turismo contribui com cerca de um quinto da riqueza nacional criada e com 23% dos postos de trabalho.
Em Itália vive igualmente uma importante comunidade de emigrantes cabo-verdiana, estimada em mais de 20.000 pessoas.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.858 mortos e mais de 83 mil pessoas infetadas, de acordo com dados reportados por meia centena de países e territórios.
Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.
Na China estudam cerca de 350 cabo-verdianos, 15 dos quais estão em quarentena em Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus. Além disso, milhares de chineses trabalham e vivem atualmente no arquipélago de Cabo Verde.
Além de 2.788 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.
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