Juízes consideraram que o governo manipulou contas do Estado.
O chumbo das contas de 2014 do governo de Dilma Rousseff, confirmado na quarta-feira à noite pelos juízes do Tribunal de Contas, pode ser o princípio do fim do mandato da presidente, pois dá à oposição o argumento de peso que lhe faltava para abrir um processo de destituição. Ontem, os líderes de todos os partidos da oposição defenderam o afastamento de Dilma.
"Ficou comprovado que a presidente Dilma Rousseff cometeu um crime e cabe agora ao Congresso determinar as punições cabíveis", afirmou o ex- -candidato presidencial Aécio Neves, presidente do PSDB, maior partido de oposição, enquanto outro líder, Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, ligado à central Força Sindical, complementou: "O Tribunal de Contas fez justiça e está aberto o caminho para o ‘impeachment’."
A destituição de Dilma é defendida há meses pela oposição, mas faltava um argumento inquestionável que pudesse fundamentar técnica e juridicamente um pedido de afastamento da presidente além das acusações de que tinha mentido aos eleitores na campanha de reeleição, em 2014. Agora, a decisão do Tribunal de Contas (TC) deu aos opositores o argumento forte que esperavam.
Por unanimidade, os juízes do TC consideraram que Dilma violou a Constituição ao usar manobras, classificadas como ilegais pelos magistrados, para esconder o real estado das contas públicas. Nomeadamente, mantendo por tempo indevido nos cofres do governo dezenas de milhares de milhões que deveriam ter sido transferidos para bancos públicos para pagar programas governamentais.
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