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Canadá pronto para retomar negociações assim que EUA "estiverem prontos"

Estados Unidos acusaram o Canadá de procurar "influenciar ilegalmente" o caso sobre a legalidade das tarifas impostas por Trump.

24 de outubro de 2025 às 16:14

O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, afirmou esta sexta-feira estar pronto para retomar as negociações comerciais com os Estados Unidos, abruptamente interrompidas pelo Presidente Donald Trump, "assim que os norte-americanos estiverem prontos".

Falando antes de partir para a Ásia, Carney não mencionou diretamente a reviravolta de Trump, mas afirmou que as discussões bilaterais mostraram progressos.

"Estamos prontos para continuar nesse caminho e aproveitar esses progressos quando os norte-americanos estiverem prontos", referiu.

O presidente Trump decidiu romper imediatamente as negociações comerciais com o Canadá, acusando hoje, mais uma vez, as autoridades canadianas de terem distorcido as palavras do ex-presidente republicano Ronald Reagan (1981/89) numa campanha publicitária contra o aumento dos direitos aduaneiros entre os dois países.

Carney salientou que o Canadá deve "concentrar-se no que pode controlar".

"[No entanto], não podemos controlar a política comercial dos Estados Unidos", disse Carney aos jornalistas na pista antes de embarcar no avião.

"Os Estados Unidos impõem direitos aduaneiros a todos os seus parceiros comerciais", acrescentou o primeiro-ministro canadiano, sublinhando o desejo de aprofundar as relações comerciais com outros países.

Esta sexta-feira, os Estados Unidos acusaram o Canadá de procurar "influenciar ilegalmente" o caso que Otava levou ao Supremo Tribunal norte-americano sobre a legalidade das tarifas impostas por Trump.

O Presidente norte-americano repetiu as acusações que fez na quinta-feira contra o governo do Canadá, com base num anúncio televisivo que chamou de fraudulento promovido pelo executivo conservador canadiano com palavras de Reagan.

"O Canadá fez batota e foi descoberto. [...] O Canadá tenta influenciar ilegalmente o Supremo Tribunal dos Estados Unidos numa das sentenças mais importantes da história do nosso país", escreveu Trump na sua rede Truth Social.

Trump insistiu que Reagan, "na verdade, adorava tarifas" para os Estados Unidos e para a segurança nacional.

"O Canadá tem evadido as tarifas há muito tempo, cobrando aos nossos agricultores até 400%. Agora, nem eles nem outros países podem continuar a tirar proveito dos Estados Unidos", advertiu.

O Canadá é um dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, mas as relações entre os dois países esfriaram desde que Trump iniciou uma guerra comercial contra os aliados comerciais de Washington e expressou o desejo de anexar o vizinho do norte, após ter regressado à Casa Branca, em janeiro deste ano.

Em setembro passado, o Supremo Tribunal norte-americano aceitou rever rapidamente a legalidade da maior parte das tarifas impostas por Trump, uma causa que o próprio Presidente considera "vital" para manter em vigor o aumento das tarifas e levar por diante o seu programa económico.

No início de novembro, o Supremo Tribunal Federal deve ouvir argumentos sobre se a administração Trump pode usar poderes económicos de emergência para impor o maior aumento tarifário da história recente do país.

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