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China suspende importações de carne de bovino de três fábricas brasileiras

Governo brasileiro garante que decisão não vai afetar as relações comerciais bilaterais.

05 de março de 2025 às 07:50

A China suspendeu temporariamente as importações de carne bovina de três fábricas brasileiras, anunciou esta quarta-feira o Governo do Brasil, garantindo que a decisão não vai afetar as relações comerciais bilaterais.

A Administração Geral das Alfândegas da China realizou uma série de "auditorias por vídeo" nas unidades afetadas e detetou que estas não cumprem todos os requisitos de importação estabelecidos pelo país asiático, explicou o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, em comunicado.

As empresas, cujos nomes não foram divulgados pela pasta, já foram notificadas e estão a "tomar medidas corretivas" para atender às exigências do órgão chinês, segundo o Governo brasileiro.

A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina e o maior parceiro comercial do país sul-americano.

O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, negou no mesmo comunicado que as três fábricas suspensas possam ter repercussões na estreita relação comercial entre os dois países.

"Hoje, o Brasil tem 126 plantas habilitadas. Quando nós assumimos [o Governo, em janeiro de 2023], tínhamos 12 plantas suspensas. Nós retomámos essas 12 e abrimos mais 43, das 55 desse total de 126", acrescentou.

O secretário da Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, disse que vão continuar a conversar com os exportadores privados e as autoridades chinesas para "resolver as questões levantadas e retomar as exportações dessas unidades".

O Brasil, um dos maiores fornecedores mundiais de proteína animal, terminou 2024 com uma produção recorde de 31,57 milhões de toneladas de carne bovina, suína e de frango, bem como exportações recorde de 10,26 milhões de toneladas, de acordo com dados oficiais.

Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros), em 2004, para 157,5 mil milhões (144 mil milhões de euros), em 2023. O Brasil desempenha, em particular, um papel importante na segurança alimentar da China, compondo mais de 20% das importações agrícolas e pecuárias do país asiático.

A segunda maior economia mundial alimenta quase 19% da humanidade com apenas 8,5% das terras aráveis do planeta. Em comparação, o país latino-americano tem quase 7% das terras aráveis para 2,7% da população mundial. 

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