Presos iniciam empresas atrás das grades e vendem para o exterior. Lucros são administrados por um banco interno.
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Já imaginou uma empresa de produção de blocos de cimento atrás das grades? Ou uma padaria, barbearua ou mesmo uma loja de doces? Em Punta de Rieles, na zona litoral do Uruguai, existe uma prisão que está a transformar os seus detidos em empreendedores.
Rolando Bustamante é um desses casos. Na prisão de Punta de Rieles, Bustamante observa os seus funcionários, a produzir blocos de cimento um atrás do outro, de tablet na mão onde regista os pedidos dos clientes e onde comunica com fornecedores. Um cenário aparentemente normal para qualquer empreendedor não fosse este homem, e os seus empregados, presos da prisão uruguaia.
Além desta empresa de produção de blocos de cimento, existe ainda padarias, barbearias, uma loja de doces ou uma loja de carpintaria. Os funcionários são os presos que se misturam sob o olhar atento da polícia.
Nesta prisão pode ainda observar-se um detido com uma begónia que comprou no viveiro de plantas da prisão para dar à mãe quando esta o visita. Não muito longe, um padeiro-condenado carrega um bolo de aniversário até a entrada da prisão para entregar a um cliente.
Estes são cenários que mais parecem relatados de uma qualquer cidade normal. Só que nesta 'cidade', a população é constituída por 510 prisioneiros onde se incluem ladrões, assaltantes, sequestradores e assassinos. 382 trabalham destes 'habitantes' - chamemos-lhes assim - trabalham, outros 246 estudam e há ainda quem faça ambas as coisas.
Apenas algumas dezenas de condenados rejeitaram estas oportunidades e, se passarem dois anos, serão transferidas para uma prisão tradicional.
O diretor da prisão é quase tão incomum quanto a própria instituição. Luis Parodi foi um membro do movimento guerrilheiro Tupamaro que foi derrotado em 1972. Mais tarde, passou mais de uma década no exílio, tanto na Europa como na América Latina.
O projeto Punta de Rieles nasceu no final de 2012, com Parodi como vice-diretor, tendo vindo a assumir o cargo de chefe da prisão em 2015.
A aposta é transformar os prisioneiros em trabalhadores e estudantes. Os detidos que decidem aderir ao projeto aprendem um ofício ou iniciam um negócio e acabam por conquistar uma vida melhor dentro dos muros da prisão e têm menos probabilidade de serem reincidentes.
Para ser escolhido para Punta de Rieles, os prisioneiros têm que ter pelo menos um período de seis meses de bom comportamento noutra prisão.
O dinheiro para iniciar negócios provem das famílias dos presos ou de um banco administrado quase na totalidade pelos próprios presos.
Dez por cento dos lucros retornam para este fundo, outros 10% vão para o governo pelo uso das instalações e 10% vão para uma associação de vítimas do crime. O restante é para os presos, embora estes não possam ter acesso total dos seus ganhos até serem libertados.
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