Foram difundidas informações através das redes sociais com o objetivo de lançar dúvidas sobre os processos democráticos.
As eleições nos Estados Unidos, Brasil e Israel foram inundadas com várias formas de desinformação, difundidas normalmente através das redes sociais com o objetivo de lançar dúvidas sobre os processos democráticos.
Um tsunami de 'fake news' atingiu o Twitter, Facebook, TikTok e YouTube, quer através de fotos falsas destinadas a manipular os eleitores, ou com os chamados vídeos "deepfake" ou "hyperfaking", uma tecnologia de inteligência artificial que substitui um rosto por outro, refere a agência de notícias France-Presse (AFP).
Estas plataformas que concentram e ligam milhões de pessoas em todo o mundo são acusadas de não fazer o suficiente para combater a ameaça.
Muitos candidatos norte-americanos às intercalares de novembro utilizaram as táticas antidemocráticas de Donald Trump, que ficaram célebres em 2020 nas presidenciais em que o republicano alegou fraude eleitoral quando perdeu para o democrata Joe Biden.
Ao contrário das previsões dos republicanos, que esperavam uma "onda vermelha" nas intercalares, a maioria dos candidatos 'protegidos' pelo ex-Presidente norte-americano sofreram derrotas amargas.
Os líderes do Partido Republicado "parecem aceitar a ideia de que abraçar a teoria da conspiração levou a más escolhas de candidatos, reduziu a mobilização dos eleitores, semeou a desconfiança entre os eleitores, entre outros males", realçou Mike Caulfield, investigador do Centro para um Público Informado, da Universidade de Washington.
No Brasil, onde uma segunda volta colocou o atual Presidente Jair Bolsonaro contra o candidato de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva no final de outubro, a campanha eleitoral foi repleta de desinformação, o político de extrema-direita seguiu os passos de Trump, alegando fraude eleitoral, sem apresentar provas.
Lula acabou por ser eleito Presidente do Brasil, com as sondagens a demonstrarem que a maioria dos brasileiros ainda confia no voto eletrónico.
No entanto, analistas alertaram que a luta contra a desinformação está longe de estar ganha no Brasil.
Também em Israel, o Likud, partido de Benjamin Netanyahu, iniciou a campanha "Pare com a Fraude" assim que os resultados foram anunciados. As denúncias foram feitas pelo partido e os seus simpatizantes para, segundo os analistas, aumentar as hipóteses de vitória eleitoral.
"O Likud estava a vender alegações de que a votação foi fraudulenta, que a comissão eleitoral de Israel era controlada pelo 'Estado profundo'", a ideia de que altos funcionários controlam secretamente a máquina do governo, sublinhou Achiya Schatz, do grupo anti-desinformação FakeReporter.
O Likud e os seus aliados de direita conquistaram a maioria dos lugares no Parlamento, abrindo caminho para o regresso ao poder de Netanyahu, que não contestou o veredicto nas urnas.
A sombra de Donald Trump também paira sobre a política húngara, onde as eleições de abril foram repletas de desinformação.
O partido Fidesz, do primeiro-ministro de extrema-direita, Viktor Orbán, "aproveitou ao máximo o seu controlo sobre os 'media' para espalhar alegações e acusações factualmente incorretas ou enganosas contra os seus oponentes", apontou um estudo do centro de investigação húngaro Political Capital.
Em todo o mundo a desinformação tem tendência a aumentar à volta dos atos eleitorais, o que corrói a confiança da população nas instituições democráticas e pode levar ao caos, com alguns a tentarem manipular os resultados.
Nas Filipinas, a desinformação nos 'media' atingiu níveis "sem precedentes" durante as presidenciais de maio, enquanto no Quénia, os candidatos presidenciais William Ruto e Raila Odinga foram acusados de recrutar "combatentes" digitais, com as 'fake news' a surgirem um ano antes até às eleições de agosto.
As eleições estão marcadas para o próximo ano na Nigéria e táticas semelhantes estão a começar a surgir 'online'.
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