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Português que viu pai morrer numa mina há 24 anos é um dos mineiros que tenta resgatar Julen

A morte do pai levou-o a entrar para a Brigada de Salvamento.

25 de janeiro de 2019 às 11:04

Lázaro Alves Gutiérrez é um dos mineiros que está dentro do túnel para resgatar Julen, em Málaga, Espanha. A vida do português mudou a 31 de agosto de 1995, quando ficou órfão de pai.

Eduardo Augusto Alves descia todos os dias às profundezas de uma mina de carvão, nas Astúrias. O homem vivia com a família há mais de 15 anos em Gijón e nada previa que ia ser uma das vítimas da madrugada que ficou conhecida por 'Noite Negra' ou 'A tragédia de Nicolasa'. 

Lázaro e o irmão ficaram órfãos muito novos, não teriam mais de 10 anos, conta o El Español. Eduardo perdeu a vida junto dos 13 companheiros na mina de Nicólas, a 400 metros de profundidade. Apenas dois mineiros sobreviveram. Uma explosão proveniente da mistura de gás metano e ar ceifou a vida àqueles 14 homens.

Hoje, 24 anos depois de se despedir do pai pela última vez, Lázaro está no túnel junto de sete companheiros para resgatar Julen. O português faz parte da equipa de mineiros que se dirigiu para Tótalan para salvar o pequeno Julen.

Lázaro vive em Gijón. Foi a morte do pai que o moveu a inscrever-se na equipa de mineiros com mais de uma década de experiência em salvamentos. Todos, especialmente Lázaro, conhecem os perigos dos poços e das minas de carvão.

A Brigada de Salvamento pertence à empresa pública Hunosa, nas Astúrias, que é a mesma empresa onde trabalhava Eduardo Augusto quando morreu na mina.

Lázaro está dentro do túnel a escavar os últimos metros para chegar a Julen. Sergio Tuñón, Rubén García, J. Antonio Huerta, Antonio Ortega, Jesús Fdez.Prado, Maudillo Suárez e Adrián Villaroel são os nomes dos sete mineiros que trabalham com o português. Segundo o El Pais, os oito homens abraçaram-se antes de entrarem no túnel levando com eles a esperança de encontrar o pequeno Julen.

Eduardo Augusto nasceu numa aldeia portuguesa

Vivia há 15 anos na província de Gijón quando se deu a tragédia. Quase todos os mineiros que trabalhavam na quarta e quinta galerias do oitavo andar da mina morreram. Apenas dois sobreviveram. Tinham entre 29 e 43 anos.

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