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EUA cancelam vistos do juiz que está a julgar Bolsonaro e do PGR brasileiro em apoio ao ex-presidente

Decisão surge em retaliação às medidas tomadas horas antes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

19 de julho de 2025 às 13:59

O governo dos Estados Unidos cancelou na noite desta sexta-feira, os vistos de entrada no país de vários juízes do Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF), do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, e de inúmeros familiares dessas autoridades, em retaliação às medidas tomadas horas antes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ao amanhecer desta sexta-feira, como o CM avançou em primeira mão, a Polícia Federal (PF) invadiu e fez buscas na residência de Bolsonaro e depois levou-o sob forte escolta armada para a sede da corporação, onde ele foi obrigado a colocar uma pulseira eletrónica, através da qual a justiça passará a monitorizar a partir de agora todos os seus passos.

O principal alvo da retaliação do governo dos EUA, anunciada pelo próprio Secretário de Estado, Marco Rubio, é o juiz Alexandre de Moraes, que no STF comanda vários processos contra Jair Bolsonaro, entre eles um muito perto do final, por tentativa de golpe de Estado, que pode levar o ex-presidente para a cadeia por mais de 40 anos e deve ter o seu desfecho em setembro. Foi também Moraes quem determinou à PF a operação desta sexta-feira, que, além das buscas e da colocação da pulseira, obriga o antigo governante a recolher-se em casa das 19 às 7 horas de segunda a sexta e durante todo o fim de semana, e proíbe-o de se aproximar fisicamente de qualquer embaixada estrangeira, para evitar que ele peça asilo político.

Além de Alexandre de Moraes, que Donald Trump, Marco Rúbio e outros membros do governo dos Estados Unidos têm chamado de ditador ao serviço de Lula da Silva, outros sete dos 11 juízes do STF tiveram os vistos americanos cancelados, incluindo o presidente do Supremo Tribunal, Luiz Roberto Barroso. Só ficaram de fora os juízes Cássio Nunes Marques e André Mendonça, indicados para o STF durante o governo de Jair Bolsonaro, e Luiz Fux, que tem uma boa relação com o ex-presidente e já discordou diversas vezes da linha dura e do ritmo acelerado adotados por Alexandre de Moraes no julgamento do golpe de Estado.

O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, foi outro alvo da retaliação, e também teve o seu visto para os EUA revogado, tal como familiares e pessoas próximas. Geralmente, em casos como este, as autoridades norte-americanas não divulgam os nomes dos afetados, para não ferir a privacidade, mas, no caso presente, o Departamento de Estado fez questão de divulgar os atingidos, para vincar a raiva que o governo de Trump e ele próprio têm de Alexandre de Moraes e da maioria dos juízes do STF, a quem acusam de estar a fazer uma caça às bruxas para tentar tirar Jair Bolsonaro da vida política e impedi-lo de disputar novas eleições. 

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