Ex-presidente do Brasil queria avançar com uma medida de exceção que impedisse a troca de governo e o mantivesse no cargo de presidente da República com poderes extraordinários.
O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro reuniu no final do ano passado os mais altos comandantes das Forças Armadas e pediu que os militares o ajudassem a concretizar uma ação que o mantivesse no poder e impedisse a tomada de posse do vencedor das presidenciais de outubro, Lula da Silva. A acusação, que confirma rumores insistentes e ameaças que o próprio governante fez ao longo do seu mandato, consta no depoimento colaborativo feito à Polícia Federal pelo ex-ajudante-de-ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, que começou a colaborar com a justiça após o antigo chefe ter tentado responsabilizá-lo por irregularidades de que é acusado.
De acordo com o depoimento dado por Cid à polícia, Jair Bolsonaro reuniu o ministro da Defesa, os comandantes do Exército, da Marinha e da Força Aérea, os seus ministros militares e outros oficiais de alta patente da sua confiança e pediu que o apoiassem numa medida de exceção que impedisse a troca de governo e o mantivesse no cargo de presidente da República com poderes extraordinários. Nessa reunião, foram discutidos os termos de uma medida de exceção, conhecida como GLO, Garantia da Lei e da Ordem, que está prevista na Constituição para momentos excecionais, pela qual as Forças Armadas tomariam as rédeas do país a pretexto de garantirem a ordem social, mantendo o então chefe de Estado no cargo indefinidamente.
Ainda de acordo com Mauro Cid, o então comandante-geral da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, que já tinha "emprestado" tanques de guerra para Bolsonaro dar uma prova de força e pressionar o Congresso com um polémico desfile fora de propósito meses antes, colocou imediatamente nessa reunião as suas tropas à disposição das pretensões golpistas do presidente. Mas o comandante da Força Aérea, não obstante ser também muito próximo ao presidente, ficou indeciso, e o comandante do Exército, maior e mais poderosa força militar do Brasil, recusou participar nessa rutura institucional, inviabilizando o golpe de Estado proposto por Bolsonaro.
Mauro Cid avançou no seu depoimento ter participado ele próprio numa reunião com os mais altos comandantes militares para se debaterem os termos dessa GLO, que daria um ar de aparente legitimidade ao golpe, alegando-se ser uma medida para evitar uma guerra civil no Brasil. Rascunhos desse documento foram encontrados pela Polícia Federal nos telemóveis apreendidos a Mauro Cid e ao ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, ao serem presos meses atrás.
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