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FBI não vê relação entre morte de físico português baleado em Boston e ataque à Universidade de Brown

Polícias deram informações contraditórias de carros suspeitos na rua onde Nuno Loureiro morava. Jornal 'The Jerusalem Post' avança que Israel investiga alegado envolvimento do Irão, tese não corroborada pelos EUA.

17 de dezembro de 2025 às 16:59

A morte do físico português Nuno Loureiro, 47 anos, baleado na sua casa em Brookline, próximo de Boston, na noite de segunda-feira (madrugada de terça em Portugal Continental), continua um mistério. Pouco ou nada se sabe sobre os motivos do crime, e a polícia ainda não fez qualquer detenção relacionada com o caso até ao momento. O jornal The Boston Globe, contudo, revelou esta quarta-feira alguns pormenores até agora desconhecidos.

Um agente especial do FBI, Ted Docks, referiu a esta publicação que não parece haver nenhuma ligação entre este crime e o tiroteio de sábado na Universidade de Brown, no edifício Barus & Holley, um complexo de sete andares onde funciona a Escola de Engenharia e o departamento de Física, onde morreram dois estudantes e vários ficaram feridos. Isto apesar de a distância entre as duas cidades - Providence e Boston - ser relativamente curta, uma hora de viagem.

À ABC News, uma autoridade policial não identificada também revelou que nada leva a crer que exista ligação entre os dois casos.

No caso da Universidade de Brown, o suspeito também continua em fuga, apesar dos vários vídeos e fotografias já tornados públicos pelas autoridades com recurso a imagens de câmaras de segurança - armado com uma pistola, o atirador disparou mais de 40 tiros de calibre 9mm.

O jornal Jerusalem Post, entretanto, noticiou na tarde desta quarta-feira que Israel está a investigar um alegado envolvimento do Irão no assassinato de Nuno Loureiro, mas refere que esta possibilidade não é corroborada, nesta fase, pelas autoridades norte-americanas. O mesmo meio recorda que Nuno Loureiro era considerado um dos principais investigadores mundiais em energia e física nuclear, tendo desempenhado funções importantes em centros de pesquisa relacionados com o desenvolvimento de tecnologias futuras.

Vizinhos de Gibbs St. homenageiam Nuno Loureiro, que faleceu tragicamente
Um nota deixada à porta da casa de Nuno Loureiro a pedir que vizinhos acendessem velas em sua memória FOTO: Leah Willingham/AP

Uma vizinha que mora no apartamento de cima da família Loureiro, na localidade de Brookline, contou ao The Boston Globe que estava a acender uma vela na noite de segunda-feira quando ouviu os disparos. Relatou ainda que viu Nuno Loureiro deitado de costas, baleado, na entrada do prédio. Ela, outra vizinha e a mulher do físico português chamaram depois a emergência médica.

Ainda Segundo o The Boston Globe, os primeiros polícias a chegarem ao local solicitaram de imediato a presença de equipas forenses. Um agente terá dito que havia "cápsulas de balas no saguão e projéteis na parede".

As autoridades presentes no local do crime terão pedido via rádio alguma descrição ou movimento suspeito que levasse ao atirador, mas as informações foram contraditórias. Um agente falou num carro de cor cinza que foi visto com as luzes apagadas na rua, outros indicaram um automóvel azul ou preto.

Na terça-feira à noite, vários vizinhos organizaram uma vigília na rua em memória de Nuno Loureiro, e a polícia deslocou para o local polícias à paisana e carros descaracterizados.

Vigília por Nuno Loureiro após ataque em Providence, Boston
Vizinhos organizaram vígilia em frente à casa de Nuno Loureiro FOTO: Leah Willingham/AP

"Temos uma investigação de homicídio ativa e em andamento", disse a chefe de polícia de Brookline, Jennifer Paster, na terça-feira à noite. "Para proteger a integridade da investigação, estamos limitados nas informações que podemos partilhar neste momento e pedimos a compreensão e a paciência da comunidade", acrescentou.

Nuno Loureiro foi morto a tiro no 'hall' da sua casa em Brookline na noite de segunda-feira. Foi levado para o hospital, mas o óbito foi declarado na terça-feira de manhã.

As autoridades estão a investigar o caso como um homicídio, mas até ao momento ainda não foi feita qualquer detenção.

O CM apurou que a filha de Nuno Loureiro, de 14 anos, assistiu à morte do pai e já descreveu o atirador às autoridades.

Nuno Loureiro, de 47 anos, era diretor de um laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e dirigia o Centro de Ciência do Plasma e Fusão do MIT desde maio de 2024.

Antigo aluno do Instituto Superior Técnico (IST), a investigação de Nuno Loureiro focava-se em física teórica e nas suas aplicações na fusão.

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