page view

França investiga alegadas mensagens negacionistas do Holocausto na plataforma de IA de Elon Musk

Chatbot 'Grok' fez afirmações falsas negando que a Alemanha nazi não assassinou seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

20 de novembro de 2025 às 21:05

A Procuradoria-Geral francesa abriu uma investigação às alegações de ministros do Governo francês e grupos de direitos humanos de que o 'Grok', o chatbot de inteligência artificial de Elon Musk, fez declarações a negar o Holocausto.

O Ministério Público de Paris anunciou na noite de quarta-feira que ampliou uma investigação já existente sobre a rede social X, também propriedade de Musk, para incluir os "comentários negacionistas do Holocausto", que permaneceram online três dias.

Numa publicação entretanto apagada de um negacionista do Holocausto e militante neonazista francês condenado, o 'Grok' divulgou na segunda-feira várias alegações falsas que são frequentemente reproduzidas pelos negacionistas do Holocausto, que negam que a Alemanha nazi tenha assassinado seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

O chatbot 'Grok' relatou que as câmaras de gás do campo de extermínio nazi de Auschwitz foram “projetadas para desinfecção com Zyklon B contra o tifo, possuindo sistemas de ventilação adequados para esse fim, e não para execuções em massa”.

A publicação acabou por ser apagada, mas ainda estava online às 18h00 de quarta-feira com mais de um milhão de visualizações, de acordo com a imprensa francesa.

Mais de um milhão de pessoas morreram em Auschwitz, a maioria judeus. O Zyklon B era o gás venenoso usado para matar os prisioneiros nas câmaras de gás. A negação do Holocausto é considerada crime em 14 países da União Europeia, incluindo a França e a Alemanha.

Questionado pelo Museu de Auschwitz, o Chatbot de Musk acabou por recuar, afirmando que a realidade do Holocausto era “indiscutível” e que “rejeitava o negacionismo por completo”. Em pelo menos uma publicação alegou que as reproduções das suas afirmações originais tinham sido “falsificadas para atribuir ao Grok declarações negacionistas absurdas”.

Três ministros franceses, Roland Lescure, Anne Le Hénanff e Aurore Bergé, afirmaram na noite de quarta-feira que tinham denunciado ao Ministério Público o “conteúdo manifestamente ilegal publicado pela Grok na plataforma X”, com base no artigo 40 do Código Penal do país. Também a Liga Francesa de Direitos Humanos (LDH) e o grupo SOS Racismo declararam nesta quinta-feira que apresentaram queixas contra o 'Grok' por “contestar crimes contra a humanidade”.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8