Em causa estão esquemas de enriquecimento ilícito e de lavagem de dinheiro.
A divulgação de documentos secretos revelou um esquema de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro que envolve chefes de Estado, banqueiros e celebridades internacionais que usaram paraísos fiscais para esconder dinheiro e património.
Entre os visados dos documentos intitulados Panama Papers (uma vez que o esquema terá origem no Panamá) está o presidente da Rússia, Vladimir Putin, cujo nome terá sido utilizado para o enriquecimento dos seus amigos, e de outros 72 antigos e atuais líderes de Estado.
A informação foi revelada este domingo pelo jornal The Guardian, a partir de documentos obtidos pelo jornal alemão Suddeutsche Zeitung e um consórcio internacional e envolve 11,5 milhões de documentos e 2,6 terabytes de informações, tornando-a maior do que o caso Wikileaks, divulgado em 2010.
Os documentos agora tornados públicos foram vazados a partir da empresa Mossack Fonseca & Co, um escritório de advocacia com sede no Panamá, e revela o esquema usado durante décadas para lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Esta empresa está também ligada ao escândalo Lavajato, no Brasil.
Além de Vladimir Putin e o seu círculo próximo são visados os chefes de Estado da Islândia, Paquistão e Ucrânia. O escândalo envolve ainda "empresas ligadas a mais de 140 altos dirigentes políticos, amigos e familiares, e a 22 pessoas sujeitas a sanções por apoiarem regimes na Coreia do Norte, Síria, Rússia e Zimbabué". Os bens resultam de roubos e "arte escondida em colecções privadas", revelam os documentos.
Apesar de o nome do Presidente russo não aparecer em nenhum dos documentos, o Guardian afirma que existe "uma rede de negócios secretos ligados a offshores e empréstimos no valor de dois mil milhões de dólares cujo rasto conduz a Vladimir Putin".
Uma das figuras visadas no escândalo é Sergei Roldugin, amigo de infância de Putin e padrinho da sua filha mais velha. Segundo os documentos, este homem, de perfil discreto, acumulou uma fortuna e controla uma série de bens num valor calculado de "pelo menos 100 milhões de dólares", revela o The Guardian. Roldugin é também dono de 12,5% da maior empresa de publicidade para televisão na Rússia, a Video International, e detém percentagens de outras empresas, entre as quais a Kamaz, fabricante de veículos militares, e o Banco Rossiya, um banco privado russo.
Os documentos agora revelados frisam que os negócios offshore do Rossiya seguiam instruções dadas a partir do banco em São Petersburgo e depois enviadas para uma firma de advogados em Zurique que, por sue vez, contactava a Mossack Fonseca. O esquema envolvia depois a criação de empresas, geralmente registadas nas Ilhas Virgens britânicas, com directores falsos que assinavam os contratos para os negócios.
Os documentos envolvem ainda o primeiro-ministro da Islândia, o rei da Arábia Saudita e os filhos do Presidente do Azerbaijão. Há também registo de pessoas ou entidades que estão na "lista negra" dos EUA por negociarem com organizações terroristas, de tráfico de droga ou de Estados como o Irão e a Coreia do Norte.
Em janeiro, a Mossack Fonseca começou a ser alvo de escrutínio de dois países – Alemanha e Brasil. Os procuradores brasileiros, que qualificaram a como uma "grande branqueadora de capitais", ligaram a empresa à megaoperação Lavajato e anunciaram que cinco elementos do escritório da Mossack Fonseca no Brasil seriam formalmente acusados pela participação no esquema de corrupção. Os 11,5 milhões de documentos dizem respeito a um longo período de tempo: desde os anos 1970 até agora, 2016.
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