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Ginecologistas pedem melhoria de hospitais para aborto seguro em Moçambique

Aborto inseguro provoca 9% das mortes maternas em Moçambique, entre os 14 e os 21 anos.

09 de dezembro de 2021 às 17:10

A Associação Moçambicana de Obstetras e Ginecologistas (AMOG) defende que as autoridades de saúde devem melhorar as condições dos hospitais para a garantia de realização de abortos seguros no país.

Nas unidades hospitalares moçambicanas "persistem muitas dificuldades na oferta dos serviços de aborto seguro", disse Hermengarda Pequenino, presidente interina da AMOG, citada pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).

A responsável falava na terça-feira durante a apresentação dos resultados de um estudo sobre a "Disponibilidade de insumos e Prontidão das Unidades Sanitárias para Implementação de Diretrizes sobre Aborto Seguro", que decorreu nas províncias de Tete, Nampula e Zambézia.

A pesquisa envolveu 60% dos hospitais credenciados para realizar abortos, avançou a Amog.

Durante o estudo, a associação constatou que a fraca disponibilidade de medicamentos, material de observação e deficiente divulgação dos serviços de aborto seguro nas unidades hospitalares são alguns dos elementos que condicionam a qualidade dos serviços de saúde.

Para a AMOG, para que a interrupção da gravidez seja segura é necessário que ocorra em condições adequadas e com profissionais capacitados para que o processo decorra sem complicações.

A associação apontou a combinação da capacidade de diagnóstico, recursos humanos, disponibilidade de normas e medicamentos básicos como alguns dos elementos que podem contribuir para a melhoria da prestação do serviço em Moçambique.

De acordo com os últimos dados avançados pela AMOG, o aborto inseguro provoca 9% das mortes maternas em Moçambique, entre os 14 e os 21 anos, números que, ainda assim, demonstram uma tendência de redução.

O aborto inseguro está classificado como uma das cinco principais causas de mortalidade materna em Moçambique.

De acordo com o último censo populacional, o rácio de mortes maternas é de 452 mortes por 100.000 nados vivos, o que continua a colocar Moçambique entre os países onde as mulheres têm elevado risco de morte durante a gravidez, parto e período pós-parto.

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