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Governadores de estados brasileiros declaram apoio ao Supremo Tribunal após ataques de Bolsonaro

No comunicado, manifestam que não existe Democracia sem uma justiça forte e independente.

16 de agosto de 2021 às 20:05

Governadores de 14 dos 27 estados brasileiros divulgaram esta segunda-feira, 16 de agosto, um comunicado conjunto declarando expressamente o apoio deles ao Supremo Tribunal Federal (STF), a cada um dos seus juízes e respetivas famílias, alvo de ataques políticos e pessoais do presidente Jair Bolsonaro e seguidores do governante. No documento, os governadores manifestam que não existe Democracia sem uma justiça forte e independente.

"O Estado democrático de direito só existe com um judiciário independente, livre para decidir de acordo com a Constituição e com as leis. No âmbito dos nossos estados, tudo faremos para ajudar a preservar a dignidade e a integridade do poder judiciário."-Afirmam os gestores estaduais que subscrevem o comunicado, pedindo ainda a todas as forças políticas e instituições para manterem a serenidade.

O texto é assinado pelos governadores dos estados de Brasília, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Paraíba, Espírito Santo, Amapá, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Sergipe, Alagoas e Ceará. Todos são críticos a Jair Bolsonaro e têm-se oposto ao crescente autoritarismo do chefe de Estado e aos ataques dele contra as instituições democráticas, principalmente ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral, cujos juízes têm sido confrontados até com ameaças físicas a eles e suas famílias por grupos bolsonaristas.

O próprio presidente Bolsonaro tem comandado ataques de cunho pessoal a alguns dos magistrados da mais alta instância da justiça brasileira, e anunciou no fim de semana que vai entregar pessoalmente ao Senado, órgão que tem jurisdição para isso, o pedido de destituição de dois juízes do STF, Alexandre de Moraes e Lluiz Roberto Barroso, exatamente os que comandam investigações contra ele e os filhos dele. Sexta-feira, um dos mais radicais seguidores de Jair Bolsonaro, Roberto Jefferson, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro, PTB, foi preso por ordem de Alexandre de Moraes depois de aparecer num vídeo empunhando uma arma de fogo e ameaçando magistrados e suas famílias.

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