Novos gestores do ministério vão avaliam os dados fornecidos pelas secretarias regionais de saúde dos 27 estados brasileiros.
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O Ministério da Saúde brasileiro vai fazer uma nova contagem no número oficial de pessoas mortas pela Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus, para tentar reduzir o total de vítimas mortais oficialmente registadas desde o início da pandemia, a 26 de Fevereiro passado. Os novos gestores do ministério, que está sem ministro efetivo desde 15 de Maio, quando o ex-ministro Nelson Teich, que é médico e ficou apenas 27 dias no cargo, preferiu sair para não ter de cumprir a ordem de Bolsonaro de recomendar o uso em massa de Cloroquina no tratamento da doença, avaliam que o número de mortes por Covid-19 informado pelas secretarias regionais de saúde dos 27 estados brasileiros está a ser exagerado de propósito por esses órgãos por motivos financeiros e políticos.
A informação, que já corria como rumor nos bastidores, foi confirmada pelo novo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do órgão, Carlos Wizard, mais uma nomeação polémica feita para o mais técnico dos ministérios. Wizard não tem qualquer experiência na área da saúde, é um empresário conhecido por ser dono de uma rede de escolas de inglês e por ser apoiante de Jair Bolsonaro.
Desde a saída de Teich, que tinha sucedido ao também médico Luiz Henrique Mandetta, que se demitiu em Abril por igualmente não aceitar as imposições de Bolsonaro, o ministro-interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, já nomeou, além de Wizar, 19 militares para o órgão. Apesar de na sua esmagadora maioria não terem qualquer experiência na área, os militares foram colocados no comando dos mais importantes departamentos técnicos do Ministério da Saúde pois cumprem qualquer ordem que lhes seja dada sem questionar.
Segundo Wizard, as secretarias regionais estão a "inflacionar" os números relacionados à pandemia de coronavírus, para conseguirem mais recursos do governo central, e uma recontagem e análise das mortes informadas desde a chegada da doença ao Brasil com certeza vai reduzir e muito o número oficial de mortes. O número foi confirmado pelo próprio ministério esta sexta-feira em 35.021, o terceiro maior número de óbitos pela doença no mundo, só atrás dos EUA, que têm 110 mil, e do Reino Unido, que tem 38 mil.
A avaliação de Wizard e do governo vai totalmente contra a avaliação de médicos, cientistas e respeitadas entidades ligadas à saúde. Para todas as fontes confiáveis, o que acontece no Brasil é exatamente o contrário, pois o país tem uma gritante sub-notificação por ausência de testagem, e o número real de infetados e mortos pelo coronavírus é estimado, na hipótese mais positiva, no dobro dos números oficiais.
Outras fontes do Ministério da Saúde avançaram sob anonimato que a ordem para recontar e reduzir o número oficial de mortos pela Covid-19 partiu do Palácio do Planalto, a sede da presidência brasileira. Jair Bolsonaro, que desde o início da pandemia tem negado a gravidade do coronavírus e feito pressão insistente para acabar com as medidas restritivas adotadas por estados e por cidades por todo o país como forma de tentar reduzir o ritmo de propagação da Covid-19, quer "ressuscitar" alguns milhares de vítimas para mostrar que está certo e que a situação não tem a gravidade que dizem os governadores e autarcas, a quem acusa de exagerarem os números e criarem um clima de pânico no país para o tentarem derrubar do cargo.
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