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Governo português transmitiu necessidade de libertação dos presos na Guiné-Bissau

Ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que, apesar da suspensão do auxílio militar, Portugal manteve a cooperação na área da saúde e da educação, após golpe de Estado.

16 de dezembro de 2025 às 16:30

O Governo português manteve contactos com as autoridades da Guiné-Bissau, a quem transmitiu a necessidade da libertação dos presos e o regresso à ordem constitucional no país, após o golpe de Estado, revelou esta terça-feira o Negócios Estrangeiros.

"Já tivemos alguns contactos com as autoridades e passámos a mensagem de que é fundamental manter, regressar à ordem constitucional, que passa em primeiro lugar pela libertação dos presos", disse Paulo Rangel, durante uma audição regimental na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

Rangel sublinhou que a condenação do golpe de Estado que ocorreu na véspera de serem conhecidos os resultados das eleições na Guiné-Bissau foi "séria" e particularmente grave em relação aos presos políticos.

"Recebemos as famílias, quer em Lisboa, quer em Bissau, mas não sabemos nada. A CPLP já fez a condenação, e é um passo construtivo para falar com as autoridades que detêm o poder, para negociar a libertação", disse.

O ministro referiu que, apesar da suspensão do auxílio militar, Portugal manteve a cooperação na área da saúde e da educação, tendo em conta a sua repercussão na comunidade.

E terá sido nesse sentido a recomendação à União Europeia, para que se mantenha a atividade humanitária e educativa.

As eleições gerais, presidenciais e legislativas na Guiné-Bissau realizaram-se a 23 de novembro, sem incidentes, mas na véspera da divulgação dos resultados oficiais, um tiroteio em Bissau antecedeu a tomada do poder pelo Alto Comando Militar que nomeou o Presidente de transição, o general Horta Inta-A.

O general anunciou que o período de transição terá a duração máxima de um ano e nomeou como primeiro-ministro e ministro das Finanças Ilídio Vieira Té, antigo ministro de Embaló.

Um novo Governo de transição foi, entretanto, empossado, com nomes do executivo deposto e cinco militares entre os 23 ministros e cinco secretários de Estado.

No golpe, o líder do PAIGC, Simões Pereira, foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.

Na sequência deste golpe, a Guiné-Bissau foi suspensa da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), assim como de outra organização regional, a União Africana (UA).

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) suspendeu hoje a Guiné-Bissau das suas atividades e elegeu hoje Timor-Leste para assumir, temporariamente, a presidência da organização.

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