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Governo Trump quer deixar de impor auditorias de carbono às indústrias poluentes

A confirmar-se esta medida, a maioria dos setores poluentes deixará de estar obrigado a reportar as suas emissões.

13 de setembro de 2025 às 00:16

O Governo norte-americano liderado por Donald Trump anunciou sexta-feira que pretende reverter a exigência para que as indústrias mais poluentes dos EUA, incluindo o setor petrolífero, calculem as suas emissões de gases com efeito de estufa.

"O programa de relatórios de gases com efeito de estufa não é mais do que uma formalidade administrativa que não contribui em nada para melhorar a qualidade do ar", destacou Lee Zeldin, responsável da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), em comunicado, destacando a poupança de custos para as empresas que a eliminação da norma geraria.

Desde 2010, este programa exige que os principais poluidores dos EUA, incluindo as indústrias de combustíveis fósseis, calculem e reportem as suas emissões anuais de gases com efeito de estufa, incluindo metano e CO2, às autoridades, que são depois tornadas públicas.

Esta é "informação essencial para os decisores políticos, cientistas, investidores e público", alertou na primavera o senador democrata Sheldon Whitehouse, um dos políticos eleitos dos EUA mais expressivos em matéria climática.

A confirmar-se esta medida, a maioria dos setores poluentes deixará de estar obrigado a reportar as suas emissões.

E as restantes indústrias, obrigadas pela abrangente lei climática IRA do ex-presidente democrata Joe Biden a reportar as suas emissões de metano, beneficiarão de uma isenção até 2034.

"Mais uma vez, este governo está a tentar ocultar os dados para mascarar os danos", frisou à agência France-Presse (AFP) Julie McNamara, da Union of Concerned Scientists.

"Se não conseguimos saber o que uma empresa está a fazer, não podemos responsabilizá-la", insistiu.

A medida deverá também complicar o cálculo das emissões totais de gases com efeito de estufa do país, o segundo maior emissor do mundo, a seguir à China.

Desde que regressou ao poder, Donald Trump, cuja campanha foi parcialmente financiada pela indústria petrolífera, recuou no combate às alterações climáticas, desfazendo as regulamentações ambientais e multiplicando as medidas para facilitar a produção de petróleo e gás nos Estados Unidos.

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