Afegão Abdul Aziz, de 48 anos, travou o terrorista durante o ataque à segunda mesquita de Christchurch.
1 / 13
Um afegão de 48 anos impediu o supremacista branco Brenton Tarrant, de 28 anos, de massacrar mais pessoas durante o ataque de sexta-feira a duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia. Abdul Aziz, de 48 anos, fez frente ao terrorista quando este atacou a segunda mesquita, no bairro de Linwood, e acabou por forçá-lo a fugir.
Aziz tinha os dois filhos menores, de onze e de cinco anos, no interior da mesquita. Quando o terrorista chegou ao local e começou a disparar, o afegão diz ter corrido para o exterior a gritar, para atrair as atenções do atirador. Tarrant alvejou-o mas não conseguiu atingi-lo, pois escondeu-se atrás de carros. Quando o terrorista voltou ao seu carro para buscar uma nova arma, Aziz diz ter pegado na primeira, que Tarrant largou. Ainda tentou disparar, diz, mas a arma não tinha munições.
"Peguei na arma e atirei-a contra a janela, como uma flecha, e a janela partiu-se", contou, dizendo que nessa altura o terrorista assustou-se. Respondeu com insultos e ameaças mas fugiu.
Aziz não se considera herói, mas a verdade é que a sua intervenção evitou mais mortes. Tarrant tinha deixado 41 cadáveres na mesquita Al-Noor quando chegou a Linwood, onde queria repetir o massacre. Mas, graças a Aziz, o segundo ataque fez apenas oito mortos e alguns feridos.
Natural de Cabul, Aziz conta ter deixado o Afeganistão ainda criança, como refugiado. Viveu 25 anos na Austrália e há dois anos mudou-se para a Nova Zelândia, de que diz gostar muito.
O ato heroico foi reconhecido pelo imã Latef Alabi, da mesquita de Linwood. "Correu atrás dele [do terrorista] e conseguiu dominá-lo e foi assim que fomos salvos", afirmou, assegurando que a intervenção de Aziz impediu Tarrant de entrar na mesquita: "Se tivesse entrado talvez estivéssemos todos mortos".
Terrorista sorri em tribunal e faz saudação racista
O autor do massacre em duas mesquitas da Nova Zelândia foi a tribunal para ser formalmente acusado de homicídio. Brenton Tarrant, de 28 anos, sorriu durante a breve audiência e, apesar das algemas, fez com as duas mãos um gesto interpretado como sendo uma saudação supremacista branca.
Os rostos das vítimas do massacre
Começaram este sábado a ser divulgados os nomes e as fotos de algumas das 49 vítimas mortais do ataque terrorista na Nova Zelândia. Um dos mortos foi Mucad Ibrahim, de apenas três anos, que estava na mesquita Al-Noor com o irmão mais velho, que terá escapado ao fingir-se morto. Outros dois rostos de vítimas divulgados este sábado são os de Daoud Nabi, de 71 anos, e Naeem Rashid, de 50.
Nabi escapou do Afeganistão com a família nos anos 80, para escapar à invasão das tropas soviéticas. Era engenheiro e presidente de uma associação de apoio a imigrantes. Rashid era paquistanês e professor em Christchurch. No vídeo pode ver-se que ele foi um dos que tentaram travar o terrorista na mesquita Al-Noor. Foi levado ainda vivo para o hospital, onde veio a morrer pouco depois.
PORMENORES
Segundo suspeito acusado
Além de Tarrant, o jovem de 18 anos Daniel John Burrough, outro dos três suspeitos detidos, foi acusado de incitar ao ódio, mas não foi a tribunal.
Turquia investiga
A Turquia está a investigar as visitas de Brenton Tarrant ao país. Procura saber quem contactou numa estadia prolongada em 2016. A Bulgária também investiga a sua presença no país, no final de 2018, quando visitou toda a região dos Balcãs.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.