Issei Sagawa, um infame assassino japonês, morreu dia 24 de novembro aos 73 anos, vítima de uma pneumonia. O homicida matou, abusou sexualmente e comeu partes do corpo de uma estudante neerlandesa, Renee Hartevelt, em 1981, mas nunca chegou a ser preso. O caso ganhou projeção mediática mundial.
Nas cerimónias fúnebres, a família e os amigos estiveram presentes, contou o irmão mais novo e um amigo de Sagawa ao jornal britânico Daily Mail.
Aos 31 anos, em 1981, o japonês estudava em Paris. Foi nessa altura que conheceu Renee Hartevelt e a atraiu para sua casa. Sagawa deu-lhe um tiro no pescoço, violou-a e foi comendo os restos mortais nos dias seguintes. Quando foi julgado, médicos franceses declararam insanidade mental e o canibal acabou por ficar inicialmente numa instituição psiquiátrica antes de ser deportado para o japão.
Assim que chegou ao país de origem, as autoridades japonesas consideraram que o assassino era mentalmente capaz e que não precisava de hospitalização. Por não conseguir o acesso a todos os ficheiros do caso, a polícia acabou por permitir que Sagawa ficasse em liberdade, contrariando os desejos da família da vítima.
O assassino sempre foi aberto relativamente ao crime e nunca demonstrou remorsos. Escreveu inclusive um livro no qual recordava o que havia feito à jovem com detalhe e produziu uma banda desenhada que retratava o homicídio de forma gráfica.
Devido ao caso, Sagawa acabou por ganhar fama e deu diversas entrevistas a meios de comunicação japoneses e internacionais. A obsessão com o canibalismo manteve-se com o passar dos anos, tendo em conta as intervenções polémicas em entrevistas e no documentário Canibal, de 2017. Numa entrevista à estação televisiva americana Vice, enquanto olhava para mulheres japonesas, o canibal admitiu achar que "elas teriam um sabor delicioso".
Nos últimos anos de vida, o japonês passou por uma série de problemas de saúde que o levaram a ter de se deslocar numa cadeira de rodas, refere o tabloide inglês.