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Índios atingem polícias de Brasília com flechas durante protesto contra Bolsonaro

Manifestação decorria pacificamente até que a Polícia Legislativa atacou com balas de borracha, gás lacrimogéneo e de pimenta.

23 de junho de 2021 às 07:29

Uma ação da polícia de Brasília provocou uma batalha entre agentes da corporação e índios que protestavam na capital federal do Brasil contra o presidente Jair Bolsonaro e um projeto apoiado pelo governante que visa anular demarcações de terras já atribuídas a povos indígenas e dificultar novas demarcações. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas, três índios atingidos por balas de borracha e gás lacrimogéneo e três agentes atingidos por flechas.

A manifestação de cerca de 500 índios, incluindo mulheres, idosos e crianças, decorria pacificamente junto a uma das entradas do Congresso, quando a Polícia Legislativa atacou. Enquanto os índios faziam as suas danças pulando em círculos e entoando gritos, agentes legislativos começaram a atirar contra eles granadas de gás lacrimogéneo e de pimenta.

Revoltados, os indígenas derrubaram as grades que os separavam da entrada do edifício e começaram a jogar objetos nos agentes, que responderam com mais granadas. A Polícia de Choque, entretanto chamada, carregou sobre os indígenas com novas granadas e balas de borracha, e os índios reagiram atirando flechas contra os polícias.

Um dos agentes foi ferido com uma flechada numa perna, outro com uma flechada num pé, e o terceiro foi atingido por uma flecha no peito. Todos os agentes e índios feridos foram levados para hospitais, mas ninguém corria risco de vida.

O protesto dos índios foi contra o projeto de lei 490, que está em discussão no Congresso e prevê que só terão direito a reservas índios que em 1988, data da publicação da Constituição, já ocupassem terras que até aí se tivesse comprovado lhes pertencerem historicamente. O projeto está a ser analisado na Comissão de Constituição e Justiça, presidida pela deputada Bia Kicis, uma radical de extrema-direita fiel a Bolsonaro, e é apoiado pelo presidente, que defende a ocupação e exploração económica das terras indígenas em todo o país, principalmente na rica Amazónia.

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