Pelo menos 233 pessoas, na maioria jovens universitários, morreram ontem num incêndio de grandes proporções, que destruiu a discoteca Kiss, na cidade de Santa Maria, estado brasileiro do Rio Grande do Sul, onde tinham ido assistir ao concerto de uma banda, e cuja única porta tinha sido fechada para ninguém sair sem pagar a conta. <br/><br/>
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"A maioria dos jovens não morreu carbonizada e sim asfixiada pelo fumo, por não conseguir sair do local" - confirmou o inspetor Sandro Luís Meinerz, da polícia de Santa Maria. O comandante dos bombeiros acrescentou que havia uma concentração tão grande de corpos no lado de dentro da porta, que estava fechada, que os soldados da paz tiveram de abrir um buraco na parede para salvarem vários sobreviventes.
Centenas de jovens estavam na discoteca Kiss para assistirem a uma festa, ‘Agromerado', que incluía estudantes de diversos cursos da Universidade Federal de Santa Maria. A tragédia começou cerca das 02h30 da madrugada de domingo (04h30 em Lisboa), quando um membro da principal banda da noite, Gurizada Fandangueira, usou um sinalizador para produzir efeitos especiais. Faíscas atingiram o isolamento acústico do teto, de esferovite, e imediatamente uma densa nuvem de fumo negro invadiu a discoteca, a qual os bombeiros afirmam estar sem alvará e com extintores fora de prazo. Sobreviventes contam que quando o fogo começou, a multidão, entre mil e duas mil pessoas, correu em aflição para a única e estreita porta da discoteca, e os seguranças tentaram impedir a saída antes que os jovens não pagassem o que tinham consumido. Muitas das vítimas correram então para outra porta, que só dava para casas de banho.
Os corpos das vítimas foram levados para o Ginásio Desportivo Municipal, junto do qual uma multidão se concentrou, desesperada, para tentar reconhecer os seus jovens parentes.
DILMA CHORA PERANTE DIMENSÃO DA TRAGÉDIA
A tragédia na discoteca de Santa Maria levou a presidente brasileira, Dilma Rousseff, às lágrimas. Primeiro ao saber do incêndio, no Chile, onde participava na cimeira entre a América Latina e a Europa, e depois já em Santa Maria, ao visitar o cenário da tragédia e conversar com feridos e famílias de mortos.
Assim que foi informada, Dilma cancelou a sua agenda no Chile e, a chorar, anunciou aos jornalistas que ia regressar imediatamente ao Brasil, e que já tinha ordenado ao seu governo que disponibilizasse todos os meios para ajudar sobreviventes e as famílias de todas as vítimas.
Mal desembarcou em Santa Maria, a presidente decretou luto nacional e foi diretamente para o Hospital da Caridade, onde conversou com feridos na tragédia. Depois, ainda mais emocionada e chorando várias vezes, foi até ao Ginásio Desportivo Municipal, onde estavam já mais de 200 corpos.
Em comunicado, o ex-presidente Lula da Silva também se solidarizou com as famílias das vítimas, afirmando que todo o Brasil estava de luto e enviou especial solidariedade às mães e pais dos que morreram.
O presidente português, Aníbal Cavaco Silva, já enviou condolências à homóloga brasileira.
SEM REGISTO DE PORTUGUESES
O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, afirmou ao CM que não tinha conhecimento de vítimas lusas. "Não tenho informação de portugueses entre as vítimas", referiu desde Toronto, Canadá, após contactado o vice-consulado de Portugal em Porto Alegre.
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