Crianças produzem anticorpos que limpam o vírus e previnem reinfeções. Com o envelhecimento deixamos de reagir à novidade.
Um trabalho desenvolvido por seis cientistas italianos, sob coordenação da fisiopatologista Rita Carsetti, e ontem publicado na ‘The Lancet’, explica a estranha imunidade das crianças à Covid-19. A principal dúvida devia-se ao facto de as cargas virais do SARS-CoV-2 quase não variarem nos infetados entre os 0 e 45 anos, apesar dos diferentes sintomas da doença, que vão do assintomático ao estado grave.
A equipa destrinçou situações e verificou que as crianças têm uma grande capacidade de produzir anticorpos naturais contra agentes patogénicos que nem conhecem. Uma infeção como a Covid-19 é travada rapidamente e durante duas semanas as crianças produzem anticorpos de alta afinidade que limpam o vírus e previnem qualquer reinfeção.
A investigação de Rita Carsetti, do Hospital do Menino Jesus, de Roma, parte do que se passa nos primeiros meses de vida do bebé, do papel decisivo dos anticorpos da mãe na proteção contra microrganismos e, ainda, no facto de a criança ter um sistema imune preparado e pronto para reagir à novidade. A investigação e outros dados apontam para um declinar desta função com a idade, ao ponto de desaparecer nas pessoas de 70 e mais anos. Os bebés, porém, são invencíveis.
AVANÇOS DA INVESTIGAÇÃO
Um entre cinco
A equipa de investigadores italianos incluiu, além de Rita Carsetti, as fisiopatologistas Concetta Quintarelli, Isabella Quinti, Eva Piano Mortaci, Alimuddin Zumbla e apenas um homem, Giuseppe Ippolito.
Vulnerabilidades
As crianças até aos 10 anos são mais vulneráveis a outros géneros de infeções. Há a ideia que o petiz tem pressa em construir a sua memória de células T e B, que previnem o desenvolvimento de doenças e as reinfeções.
Sistema imunitário
As crianças, tal como os adultos, são suscetíveis de serem contagiadas pelo SARS-CoV-2 (novo coronavírus). A chave da proteção especial que têm contra o vírus está no sistema imunitário e na forma como este reage ao novo vírus.
Ação dos anticorpos
A imunidade das crianças a novos patógenos, incluindo o SARS-CoV-2, baseia-se em vários fatores, nos quais se inclui também a imunidade inata dos bebés, com uma produção de anticorpos em grandes quantidades.
PORTUGUESES NO MUNDO
Alexis Garcia, empregado de mesa, New Jersey "Pessoas têm muito medo"
Alexis Garcia vive em New Jersey, Estados Unidos, onde a população está muito apreensiva em relação à evolução da pandemia. "Continuamos a ter um número muito alto de mortos e de pessoas infetadas e as pessoas têm muito medo de sair de casa porque temem ser contagiadas", conta Alexis. No estado onde vive, as construções em curso tinham sido retomadas, mas foram novamente suspensas por ordem do governador. "Depois do medo da epidemia, o que mais se comenta aqui nos Estados Unidos é como é que vamos sair da crise económica depois", disse.
O MEU CASO
Momento de valorizar os avós
A quarentena não deu uma volta de 180 graus à vida de Nélson Mateus. Já antes, a maior parte do seu trabalho no projeto virtual Retratos Contados, que promove a valorização dos idosos, era feito a partir de casa. "Tive de me reinventar. Tenho estado a solicitar a personalidades conhecidas de todos nós que nos enviem textos sobre avós e netos. Esses testemunhos têm tido muita aceitação por parte dos nossos seguidores. Esta é uma forma de aproximar avós e netos, numa altura em que lhes é solicitado não estarem juntos fisicamente", explica.
A ideia vem de longe, concretamente da infância e da influência que os avós tiveram no seu percurso. "Os meus quatro avós eram analfabetos, mas foram das pessoas mais inteligentes que conheci. Com eles aprendi a ser resiliente, determinado, persistente, otimista. Aprendi o que é a liberdade conquistada em 1974, a respeitar o próximo, a trabalhar para conquistar o que precisamos. Na casa dos meus avós havia um saco de pano para o pão e um de rede para a mercearia. Poupavam na água, não desperdiçavam comida, só tinham acesas as luzes da divisões da casa que estavam a ser usadas. Os meus avós eram muitos mais amigos do ambiente do que somos hoje em dia", recorda ao CM
À revelia do vírus, Nélson quer tramar a solidão a que os mais velhos estão cada vez mais confinados. O próximo passo é "criar um movimento". Passou estes dias a pedir aos avós e aos netos que escrevessem ou desenhassem o que significam uns para os outros. O resultado está à vista, na internet (retratoscontados.pt).
Rixa entre 16 refugiados
Dezasseis refugiados da Guiné-Bissau e da Argélia envolveram-se esta quinta-feira numa rixa na Pousada da Juventude, em Lisboa. O grupo aproveitou a realização de testes à Covid-19 a outros refugiados, em confinamento após terem saído de um hostel da avenida Almirante Reis a 2 de maio, onde estavam com infetados com a doença, para protestar contra a comida. Os três instigadores foram transferidos da pousada. Um técnico da Cruz Vermelha foi agredido.
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