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Ivana ficou sem a filha uma hora após dar à luz. Jovem chumbou nos testes de "competência parental"

Mãe nasceu na Gronelândia, mas vive na Dinamarca. Segundo as autoridades, Ivana "não é suficientemente gronelandesa", para que os testes não pudessem ser aplicados.

25 de agosto de 2025 às 14:47

Ivana Nikoline Brønlund, de 18 anos, deu à luz a primeira filha a 11 de agosto, num hospital em Hvidovre, perto de Copenhaga, na Dinamarca, onde vive com a família. Acontece que, apenas com uma hora de vida, a recém-nascida Aviaja-Luuna, foi retirada à mãe, depois de Ivana, natural da Gronelândia, ter sido sujeita, por parte das autoridades dinamarquesas, aos testes de "competência parental", segundo o The Guardian - ação que contraria uma nova lei que entrou em vigor em maio e que proíbe o uso de testes psicométricos em pessoas com ascendência da Gronelândia.

A Ivana comunicaram que a filha foi-lhe retirada devido ao trauma que a jovem sofreu pelos abusos sexuais praticados pelo pai adotivo que, atualmente, se encontra preso. Os testes começaram a ser feitos em abril. Segundo as autoridades, Ivana "não é suficientemente gronelandesa", para que os testes não pudessem ser aplicados, mesmo que a jovem seja natural da Gronelândia e filha de pais com a mesma origem.

"Eu não queria entrar em trabalho de parto porque sabia o que aconteceria depois. Eu mantinha o meu bebé perto de mim quando ela estava na minha barriga, era o mais perto que eu poderia estar dela. Foi um período muito difícil e horrível", explicou a jovem ao The Guardian.

A bebé foi colocada para adoção e desde então a mãe só foi autorizada a ver a filha uma vez, cita a mesma fonte. As visitas só podem acontecer uma vez de quinze em quinze dias e durante cerca de duas horas.

A proibição deste tipo de testes foi decidida após várias críticas por parte de ativistas e organizações dos direitos humanos que defendiam as avaliações de "competência parental" como racistas.

O caso de Ivana está a suscitar protestos na Gronelândia e Dinamarca. A ministra dos Assuntos Sociais do país, Sophie Hæstorp Andersen, já pediu explicações. "Os testes padronizados não devem ser utilizados em casos de colocação envolvendo famílias de origem da Gronelândia. A lei é clara", afirmou. 

O município não comentou o caso, disse apenas que está a tentar encontrar "a melhor solução possível" para a família.

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