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"Disse que vendi droga por instrução do meu advogado à data": Fernando Emídio diz que mentiu no primeiro interrogatório

Fernando Emídio começou a ser julgado por tráfico de droga numa rede que operava no Tâmega e Sousa.

22 de outubro de 2025 às 16:21

Fernando Emídio e mais cinco arguidos começaram a ser julgados, esta quarta-feira, no Tribunal de Penafiel, por liderarem uma rede tráfico de droga que operava no Tâmega e Sousa. Fernando Emídio - conhecido por 'Amarante' - é considerado o cabecilha da rede e é também o principal suspeito da morte de 'Pirinhos' - assassinado numa 'banhada' de droga. 

Na primeira sessão do julgamento, Fernando Emídio Ribeiro recusou toda a acusação, dizendo que, desde que saiu da cadeia, em dezembro de 2022, nunca mais se meteu no negócio da droga. No entanto, a juíza presidente confrontou-o com as declarações do primeiro interrogatório, em que assumiu ter vendido uns gramas de cocaína a um dos arguidos do processo. Emídio foi perentório e respondeu: "menti". "Eu tomo muitos antidepressivos, ainda hoje e sou acompanhado por um psicólogo e psiquiatra. E quando fui detido fique três dias fechado numa cela, a dormir vestido, sem nada, só com a medicação que a minha família me levou. Estava entupido de medicação. Depois o meu advogado à data, disse-me que tinha uma acusação muito pesada e mostrou-me um papel com o que tinha de assumir para, segundo ele, conseguir não ir preso e, por isso, o que disse foi instruído por ele", confessou. 

Sobre se conhecia os restantes arguidos - mais cinco - disse que apenas não conhecia um. Conheceu praticamente todos de estabelecimentos prisionais por onde passou ao longo dos anos. 

Sobre Joaquim Santos - que o MP considera como o seu braço direito - mais uma vez, o cabecilha do grupo refuta e diz apenas que é seu amigo. Foi alguém que conheceu enquanto recluso e que "lhe deu a mão" quando saiu da cadeia de Braga. "Emprestou-me cinco mil euros para recomeçar a minha vida", disse. 

Segundo a acusação, Fernando Emídio saiu em liberdade condicional da cadeia de Braga a 3 de dezembro de 2022 e voltou ao tráfico, um mês depois.

Ainda segundo o MP, entre cinco de janeiro de 2023 a 16 de dezembro de 2024, a rede encabeçada pelo empresário do ramo automóvel lucrou mais de 700 mil euros com o negócio a droga.

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