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Jair Bolsonaro está infetado com Covid-19

Presidente garantiu que se sente “normal”, que os sintomas são leves e já começaram a diminuir.

08 de julho de 2020 às 08:48

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, negacionista ferrenho da gravidade do novo coronavírus e que se vangloriava de não apanhar a doença devido ao seu “histórico de atleta”, anunciou esta terça-feira que está infetado com Covid-19. O chefe de Estado brasileiro adiantou que está a tomar hidroxicloroquina, medicamento cuja eficácia é questionada pelos especialistas devido ao risco de efeitos secundários negativos, e garantiu que os sintomas mais graves já começaram a diminuir.

“Estou bem, estou normal. Em comparação a ontem [segunda-feira], estou muito bem”, afirmou o presidente brasileiro, de 65 anos, contando que chegou a ter febre de 38 graus, dores pelo corpo e mal-estar generalizado na véspera, quando decidiu fazer o teste ao coronavírus, o qual deu positivo.

Bolsonaro disse ainda que começou a sentir os sintomas no sábado, dia em que fez uma viagem a Santa Catarina e, no regresso, participou com ministros e outros convidados num almoço na casa do embaixador dos EUA em comemoração do dia da independência daquele país. Ninguém usava máscara e esta terça-feira a maior parte dos convidados decidiu também fazer o teste de Covid-19.

Durante a conferência de imprensa improvisada em que anunciou que estava infetado, Bolsonaro não manteve a distância de segurança relativamente aos jornalistas, embora tenha usado máscara. Só já no final da suas declarações é que mandou afastar os jornalistas e tirou a máscara para, sorridente, tranquilizar os apoiantes e garantir que estava tudo bem.

O presidente brasileiro já tinha feito testes em fevereiro e março, na sequência de uma visita aos EUA, os quais deram negativo. Desde aí, ignorando todas as orientações médicas, participou em várias manifestações, abraçou e tirou fotografias com apoiantes sem máscara e chegou a recorrer à Justiça para não ser obrigado a usar essa proteção, menosprezando a gravidade da doença que já matou 65 mil brasileiros e infetou 1,6 milhões.

Bolsonaro minimizou várias vezes o risco do coronavírus, afirmando que se trava de “uma gripezinha” ou “um resfriado”. “Depois de facada [que sofreu num atentado em 2018] não é uma gripezinha que vai me derrubar”, afirmou em março.

“Todos morremos”

Confrontado com o elevado número de vítimas no Brasil, em abril, Bolsonaro respondeu que “alguns vão morrer, mas é a vida. Todos iremos morrer um dia”. Noutra ocasião recusou comentar o número de mortos, afirmando: “Não sou coveiro. Quem fala de mortos é coveiro”, e noutra ainda, disse: “E daí? Quer que eu faço o quê?”.

João Lourenço testado após caso positivo no MPLA

O presidente angolano João Lourenço e cerca de 50 dirigentes do bureau político do MPLA vão ser testados ao novo coronavírus após um membro daquele órgão ter dado positivo. O dirigente em causa, que não foi identificado, esteve na última reunião do partido, que decorreu a 30 de junho em Luanda.

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