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Pelo menos três mortos a tiro pela polícia moçambicana durante receção a Venâncio Mondlane

Líder da oposição moçambicana chegou esta quinta-feira a Maputo.

09 de janeiro de 2025 às 09:49

Pelo menos três pessoas morreram, em Maputo, depois de terem sido baleadas pela Polícia da República de Moçambique, esta quinta-feira, no contexto da receção a Venâncio Mondlane.

Vários tiros foram ouvidos na zona do Mercado Estrela.

A polícia dispersou com recurso a tiros e gás lacrimogéneo, uma multidão de apoiantes que ouviam o candidato presidencial Venâncio Mondlane, uma hora depois de ter regressado ao país.

Na intervenção que fazia, na zona do Mercado Estrela, pelas 10h00 locais (menos duas horas em Lisboa), Venâncio Mondlane voltou a dizer, como o fez em declarações aos jornalistas à chegada ao aeroporto, que vai até às últimas consequências pela reposição da verdade eleitoral, reafirmando-se vencedor das eleições gerais de 9 de outubro.

Ao fim de alguns minutos, ao falar aos apoiantes em cima de um carro de som, em que simbolicamente voltou a prestar juramento do que autoitutulou tomada de posse, e depois de vários disparos e gás lacrimogéneo lançado na envolvente pela polícia, uma carga policial provocou a fuga generalizada, logo o após o apelo para desmobilização, perante o som dos tiros, lançado por Venâncio Mondlane.

"Quando chegámos aqui a polícia veio com rajadas. Mataram um, dois, três. A bala está aqui", afirmou um dos apoiantes, Nélson Fumo, revoltado, ainda no Estrela. "Que nos matem todos, menos o nosso presidente", afirmou Nélson Abrenjare, outro apoiante, logo após a carga policial, acrescentando o objetivo: "Para repormos a verdadeira liberdade, isto não tem nada a ver com liberdade".

Desde esta carga policial, desconhece-se o paradeiro de Venâncio Mondlane.

Antes da chegada do líder da oposição moçambicana, também foram ouvidos disparos nas imediações do Aeroporto Internacional de Maputo, que esteve controlado pela polícia.

Recorde-se de que Venâncio Mondlane regressou a Moçambique, esta quinta-feira, depois de ter estado dois meses e meio ausente. O candidato presidencial não aceita os resultados das eleições de cinco de outubro e incentivou os apoiantes a protestarem.

Confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas baleadas desde 21 de outubro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

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