Adriano Magalhães foi morto pela polícia. Estava acusado do homicídio da ativista brasileira Marielle Franco.
Duas decisões da justiça do Rio de Janeiro proibiram a cremação do corpo do ex-capitão da Polícia Militar Adriano Magalhães da Nóbrega, de 43 anos, considerado o chefe da mais sangrenta milícia fluminense e que foi abatido domingo passado numa operação policial envolta em muitas dúvidas. O ex-militar, homenageado duas vezes pelo então deputado Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro e hoje senador, e defendido em acalorado discurso pelo hoje presidente brasileiro quando também era deputado, foi cercado e morto num imóvel rural no interior da Bahia depois de, na versão oficial das autoridades locais, ter atirado contra os agentes que iam prendê-lo.
Na primeira decisão, uma juiza fluminense negou o pedido da família de Adriano para cremar o corpo dele, argumentando que não tinham sido entregues todos os documentos necessários para ser exarada essa autorização. Quando a morte de uma pessoa ocorre em decorrência de ato violento, a cremação só pode acontecer após autorização da justiça.
Depois dessa decisão, um outro magistrado do Rio de Janeiro também proibiu a cremação do antigo oficial do BOPE, Batalhão de Operações Policiais Especiais, a tropa de elite da polícia fluminense, atendendo a um pedido do Ministério Público. Para o magistrado, as circunstâncias da morte do miliciano estão cercadas de perguntas ainda não respondidas e o corpo deve ser preservado até que tudo seja devidamente esclarecido.
Até o senador Flávio Bolsonaro entrou no assunto e pediu às autoridades que não permitam a cremação do corpo de Adriano até que as circunstâncias da morte sejam elucidadas. Segundo o filho mais velho de Jair Bolsonaro, há fortes indícios de que o homem considerado pela polícia do Rio um assassino profissional e chefe de milícia tenha sido brutalmente executado e que o suposto confronto com a polícia tenha sido forjado.
Além de chefe da milícia que controla pelo terror vastas áreas da zona oeste do Rio de Janeiro, Adriano Magalhães da Nóbrega é acusado pelo Ministério Público de liderar o chamado "Escritório do Crime", grupo de matadores profissionais de aluguer responsáveis por dezenas de mortes. Uma delas, de acordo com a polícia e os promotores, pode ter sido a da vereadora Marielle Franco, executada numa rua do Rio de Janeiro em 14 de Março de 2018 por ex-polícias alegadamente ligados ao "Escritório do Crime" liderado por Adriano e que já estão presos mas negam o atentado, no qual também morreu o motorista da parlamentar, Anderson Pedro Gomes.
Depois de uma carreira brilhante no BOPE, Adriano começou a ter problemas com a justiça e foi preso por duas vezes, acusado de assassínios, acabou por ser ilibado mas foi expulso da polícia. Ele foi condecorado duas vezes pelo parlamento regional do Rio de Janeiro por iniciativa de Flávio Bolsonaro, que durante anos empregou a mãe e a mulher de Adriano como assessoras, e estava fugitivo desde Janeiro do ano passado, quando foi desencadeada a operação "Intocáveis" contra milícias do Rio.
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