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Líder de Hong Kong fala de "ano desanimador" nas relações entre China e EUA

John Lee Ka-chiu lamenta falta de "oportunidades mutuamente vantajosas" entre as duas potências.

18 de novembro de 2025 às 08:28

O líder do Governo da região semiautónoma chinesa de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, disse que 2025 tem sido um ano negativo para as relações entre a China e os Estados Unidos.

"Eu acredito - tal como a grande maioria do mundo - que uma relação construtiva entre a China, o nosso país, e os Estados Unidos é essencial para o bem-estar global", defendeu John Lee, na segunda-feira à noite.

Os laços entre as duas maiores economias mundiais são importantes "na procura de oportunidades mutuamente vantajosas", sublinhou, num discurso, o chefe do Executivo de Hong Kong.

No entanto, acrescentou Lee, "as oportunidades mutuamente vantajosas têm tido um ano difícil e até desanimador, no que toca às relações entre a China e os Estados Unidos".

O Presidente norte-americano, Donald Trump, e o homólogo chinês, Xi Jinping, reuniram-se no final de outubro para atenuar o conflito comercial bilateral.

No encontro, Xi defendeu que os dois países "devem ser parceiros e amigos. É isso que a história nos ensinou e é o que a realidade exige", recordou John Lee.

"Infelizmente, a 'realidade' tem sido frequentemente posta de lado nas atuais relações sino-norte-americanas", lamentou o dirigente, durante o sexto Fórum EUA-China em Hong Kong.

Lee admitiu que "a narrativa inventada sobre tarifas recíprocas" dos Estados Unidos também afetou a região chinesa, acusada de manter um "alegado comércio desleal e desequilibrado" com o mercado norte-americano.

O líder do Governo local recordou que os Estados Unidos são a jurisdicação com o maior excedente comercial com Hong Kong: 271 mil milhões de dólares (233,8 mil milhões de euros) na última década.

"A chamada 'tarifa recíproca' para Hong Kong não faz, portanto, sentido (...). Hong Kong não impõe tarifas aduaneiras sobre mercadorias dos EUA -- ou de qualquer outro país", sublinhou Lee.

O comércio com Hong Kong sustenta mais de 140 mil empregos nos Estados Unidos e quase 1.400 empresas norte-americanas operavam na região chinesa em 2024, sublinhou o chefe do Executivo.

"Continuamos a estender o tapete vermelho às empresas e investidores dos EUA", garantiu Lee.

"Defendemos o comércio livre e criamos oportunidades para as empresas e investidores locais, bem como para as economias, empresas e investidores com quem fazem negócios", acrescentou.

Na sequência da reunião de outubro, Pequim aceitou suspender, por um ano, restrições adicionais impostas algumas semanas antes às exportações de terras raras, que contêm os metais cruciais para o setor tecnológico mundial.

Washington vai reduzir de 57% para 47% as tarifas alfandegárias aplicadas aos produtos chineses que entram no mercado americano.

A China comprometeu-se também a comprar 12 milhões de toneladas de soja aos Estados Unidos até ao final do ano, e 25 milhões por ano depois disso.

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