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Lula foge da imprensa e refugia-se em sindicato após ordem de prisão

Ex-presidente do Brasil tem até às 21h00 desta sexta-feira para se entregar à policia.

06 de abril de 2018 às 00:41

Numa fuga alucinada repleta de manobras perigosas, o ex-presidente Lula da Silva conseguiu esta quinta-feira à noite evitar a imprensa que o perseguiu durante vários quilómetros depois da ordem de prisão emitida pelo juiz Sérgio Moro, de Curitiba, coordenador da operação anti-corrupção Lava Jato, para começar a cumprir a pena de 12 anos e um mês a que foi condenado em Janeiro por corrupção.A perseguição ocorreu durante o trajeto entre a sede do Instituto Lula, em São Paulo, onde o antigo presidente foi informado da decretação da sua prisão, e a sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, cidade vizinha à capital paulista.

Foi nesse sindicato, que Lula comandou por muitos anos, que ele após se ter tornado popular como sindicalista iniciou a carreira política que o levou à presidência da República. 

Vários funcionários do sindicato cobriram com panos os vidros do imóvel, principalmente na área da garagem, para que não fosse possível registar os movimentos do ex-presidente. O Sindicato dos Metalúrgicos fica perto do prédio onde Lula vive, também em São Bernardo do Campo, e foi nessa mesma sede sindical que o antigo chefe de Estado acompanhou até ao início da madrugada desta quinta-feira a sessão do Supremo Tribunal em que lhe foi negado um habeas corpus que lhe permitiria continuar em liberdade até serem esgotadas todas as possibilidades de recurso à sentença.

Após a chegada de Lula, começaram igualmente a chegar outros políticos, entre eles a ex-presidente Dilma Rousseff, deputados e senadores do PT e líderes de movimentos sociais aliados do ex-presidente. Ao que tudo indica, estes reuniram-se para realizar uma reunião para definir os próximos passos de Lula, que tem até às 17h00 locais, 21h00 em Portugal Continental, desta sexta-feira para se apresentar à polícia federal.

A decretação da prisão apanhou todos de surpresa, pois havia um consenso geral de que não deveria ocorrer antes do final da próxima semana. No entanto, Lula ainda pode recorrer até dia 10 ao tribunal que o condenou. O órgão já tinha adiantado que não tomaria nenhuma decisão sobre a prisão antes da análise desse recurso. 

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