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Mais de 100 jornalistas e ONG pedem a Conacri explicações sobre profissional raptado

Em dezembro, o Ministério Público de Conacri abriu uma investigação sobre a detenção de Habib Camara, considerando que esta tinha sido feita "sem ordem das autoridades constituídas".

02 de junho de 2025 às 18:03

Mais de uma centena de jornalistas e organizações de defesa da liberdade de imprensa apelaram esta segunda-feira à junta militar da Guiné-Conacri que esclareça onde está um jornalista guineense, crítico do Governo, desaparecido há seis meses.

Habib Marouane Camara, que dirigia o 'site' Lerevelateur224, foi detido no início de dezembro por homens fardados em Conacri, a capital do país, num contexto de multiplicação das violações da liberdade de expressão pela junta que tomou o poder através de um golpe de Estado em 2021.

"Já se passaram seis meses desde que ele foi levado e se encontra em local desconhecido", afirmam 105 jornalistas e Organizações Não-Governamentais (ONG) de defesa da liberdade de imprensa no comunicado.

Os signatários, 94 jornalistas e 11 organizações, dizem estar "preocupados com [este] desaparecimento e as suas consequências para o estado de saúde do jornalista, que sofre de uma doença que requer medicação diária".

Para eles, "é mais do que tempo de as autoridades se ocuparem publicamente deste caso e torná-lo uma prioridade" para "esclarecer totalmente este rapto e fazer tudo o que for possível para que Habib Marouane Camara seja libertado e regresse à sua família são e salvo".

Em dezembro, o Ministério Público de Conacri abriu uma investigação sobre a detenção de Camara, considerando que esta tinha sido feita "sem ordem das autoridades constituídas".

A oposição e a sociedade civil guineenses criticam o executivo, que classificam de cada vez mais autoritário, regularmente acusado de reprimir as vozes dissidentes.

O general Mamadi Doumbouya, chefe da junta, assumiu o poder em setembro de 2021 após derrubar o Presidente civil, Alpha Condé, que estava no poder há mais de dez anos.

Sob pressão internacional, a junta comprometeu-se inicialmente a organizar um referendo constitucional e a transferir o poder para civis eleitos antes do final de 2024, mas nenhuma dessas promessas foi cumprida.

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