"Portugal e os portugueses têm no seu coração Timor-Leste e o seu povo", refere Francisco Guterres Lú-Olo.
O Presidente timorense, Francisco Guterres Lú-Olo, vai condecorar no último dia do seu mandato o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o governador-geral australiano, David Hurley, disse à Lusa fonte da Presidência.
As condecorações com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste deverão ser conferidas aos dois chefes de Estado durante um jantar solene que Lú-OLo oferece no Palácio Presidencial na quinta-feira, horas antes da tomada de posse do seu sucessor, José Ramos-Horta.
No decreto de condecoração, a que a Lusa teve acesso, Lú-Olo recorda que "Portugal e os portugueses desde a declaração da independência da República Democrática de Timor-Leste, ocorrida a 28 de novembro de 1975, têm no seu coração Timor-Leste e o seu povo".
"A união emocional entre estes dois povos desde o início do século XVI muito contribuiu para a formação da identidade timorense que é única no mundo. Uma história partilhada e uma língua que nos une, que nos distingue dos restantes povos e que ao longo dos séculos moldou a consciência dessa identidade própria chamada Timor-Leste", explicou.
O chefe de Estado destaca Marcelo Rebelo de Sousa como um "defensor de valores universais como a paz, a liberdade, a autodeterminação dos povos, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, a fraternidade entre os povos das várias nações, entre outros valores que são comuns aos timorenses".
Motivo pelo qual, por ocasião do 20.º aniversário da restauração da independência, Lú-Olo quer reconhecer o "amor que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa sente por Timor-Leste e pelo povo timorense" que o levou a visitar Timor-Leste, para sentir "pessoalmente o amor que os timorenses sentem por Portugal, pelos portugueses e pela língua portuguesa".
"Num momento de união entre todos os povos da lusofonia e de celebração dos valores supremos que são a liberdade e a independência é de elementar justiça reconhecer o apoio incansável e o amor de sua excelência o Presidente da República Portuguesa a Timor-Leste", sustenta.
Marcelo Rebelo de Sousa vai visitar pela primeira vez Timor-Leste entre quinta-feira e domingo, por ocasião dos 20 anos da restauração da independência e da posse de Ramos-Horta como chefe de Estado timorense.
Durante esta visita oficial, centrada na capital, Díli, Marcelo Rebelo de Sousa irá também inaugurar a nova Embaixada de Portugal e encontrar-se com a comunidade portuguesa, divulgou hoje a Presidência da República, através de uma nota.
No caso de David Hurley, o chefe de Estado timorense recorda a sua ligação a Timor-Leste, ainda anterior à restauração da independência, tendo comandado entre 1999 e 2000 a Primeira Brigada, em Darwin, no apoio às operações da força internacional Interfert.
"David Hurley, Governador-geral da Austrália, desde 2019, continua a pautar o seu comportamento pelo elevado sentido de Estado que o carateriza, cimentando as relações de amizade entre os Estados e os povos de Timor-Leste e da Austrália. É agora chegado o momento da República Democrática de Timor-Leste e do povo timorense reconhecerem, com gratidão, o papel desenvolvido por David Hurley", explica-se no decreto.
Fonte da Presidência da República disse à Lusa que depois de tomar posse, o Presidente eleito, José Ramos-Horta, vai condecorar o seu antecessor, Francisco Guterres Lú-Olo, com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste.
O padre jesuíta João Felgueiras, que cumpre no próximo mês 101 anos e que viveu mais de metade da vida em Timor-Leste, também receberá o Colar da Ordem de Timor-Leste, depois de anteriormente ter recebido a insígnia da mesma condecoração.
Hoje de manhã, Lú-Olo condecorou mais de 80 timorenses que tiveram um papel destacado na luta contra a ocupação indonésia, numa cerimónia que decorreu no Palácio Presidencial, em Díli.
A título póstumo, foram condecorados com o Colar da Ordem de Timor-Leste, Tomás Pinto da Costa, adjunto político, João Baptista Soares de Jesus, comandante do setor da fronteira sul, António da Piedade, delegado do comissariado e João da Conceição Pereira, comissário político do Comité Central da Fretilin.
Quatro outros cidadãos -- Domingos Raul, Adriano da Câmara, António Soares da Silva e José da Costa Soares -- também receberam das mãos do Presidente o Colar da Ordem de Timor-Leste.
Foram ainda condecorados outros 75 timorenses com a Medalha da Ordem de Timor-Leste, do quais 13 postumamente.
Criada em 2009, a Ordem de Timor-Leste pretende "com prestígio e dignidade, demonstrar o reconhecimento de Timor-Leste por aqueles, nacionais e estrangeiros, que na sua atividade profissional, social ou mesmo num ato espontâneo de heroicidade ou altruísmo, tenham contribuído significativamente em benefício de Timor-Leste, dos timorenses ou da humanidade".
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