A edição de hoje
Ex-presidente brasileiro enfrenta dez processos na justiça.
O ex-presidente brasileiro Michel Temer, de 78 anos, que deixou o cargo em 31 de dezembro passado, foi constituído esta quinta-feira arguido por corrupção num dos 10 processos que enfrenta na justiça. A decisão foi do juiz Rodrigo Bentemuller, da Vara Federal de Brasília.
Temer tornou-se arguido neste caso devido ao episódio ocorrido em abril de 2017, quando um assessor presidencial, Rodrigo Rocha Loures, foi filmado a sair a correr, assustado, de uma pizzaria de São Paulo, no Brasil, a carregar uma mala cheia de dinheiro depois de se ter encontrado com um alto executivo.
Segundo o Ministério Público, o dinheiro era a primeira parcela de "luvas" milionárias que seriam pagas ao longo de 20 anos a Temer pela JBS, líder mundial na produção de proteína animal em troca do chefe de Estado favorecer aquela gigante brasileira.
Por causa desse episódio, cujas imagens correram mundo, Rocha Loures, também constituído arguido no caso, foi preso e Temer, então ainda presidente, foi denunciado pelo Procurador-Geral da República da época, Rodrigo Janot, em setembro de 2017. Na altura, depois de disponibilizar milhares de milhões de euros para projetos de parlamentares, Temer conseguiu que o Congresso impedisse a continuação do processo enquanto ele estivesse no cargo.
Com o fim do mandato em dezembro, o Supremo Tribunal Federal enviou os processos de Temer, agora já sem imunidade, para a justiça comum, muito mais célere. Semana passada, Temer foi preso numa rua de São Paulo por agentes da Polícia Federal e ficou cinco dias preso por causa de outro processo, este a tramitar no Rio de Janeiro por suspeita de ter também recebido "luvas" da empresa Engevix, mas conseguiu um habeas corpus e foi libertado.
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