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"Não vou jogar dominó com Lula e Temer no 'Xadrez'", diz Bolsonaro

Presidente do Brasil ataca os seus antecessores. Cresce a contestação à iniciativa de celebrar golpe militar de 1964.

27 de março de 2019 às 19:26

Na ressaca de mais uma derrota na batalha em curso com o Congresso, que chumbou uma proposta de emenda constitucional que dava mais poderes ao governo, Jaír Bolsonaro reafirmou que não vai mudar a sua postura nas relações com os deputados.

E disparou contra os antecessores que estão a pagar contas à Justiça: ""Não vou jogar dominó com Lula e Temer no 'Xadrez'", promete Bolsonaro

Segundo a Folha de São Paulo, o presidente brasileiro recebeu esta quarta-feira um grupo de empresários e garantiu-lhes que não vai negociar as leis que o seu executivo quer aprovar nos mesmos moldes dos seus antecessores - obrigados a verdadeiras cambalhotas políticas e muitos acordos obscuros para fazer passar leis por umas assembleia onde existem 35 partidos. 

Jaír Bolsonaro rejeitou as críticas que chovem à péssima articulação política com o Congresso e voltou a dizer  que não negociará cargos com os deputados e senadores nos moldes tradicionais.

Para Bolsonaro, os problemas de Lula e Temer com a justiça devem-se a "negociações pouco republicanas" durante seus respetivos governos. Lula foi condenado e preso. Michel Temer foi detido na semana passada e libertado na segunda-feira.

Cresce contestação à comemoração do golpe militar de 1964

Numa outra frente de oposição, Bolsonaro soma adversários, depois de, na segunda-feira, ter lançado o repto aos militares que celebrem o golpe militar de 1964, que abriu caminho a uma longa e sangrenta ditadura no Brasil. Segundo a Globo, no próprio Exército são muitas as vozes de altas patentes que dizem que celebrar a data é criar hostilidades desnecessários. 

A secção do Rio de Janeiro Ordem dos Advogados do Brasil diz mesmo que a comemoração da data é inconstitucional e promete combatê-la na Justiça. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, vinculada ao Ministério Público Federal defende que o apoio do presidente da República a um golpe naqueles moldes poderia configurar crime de responsabilidade

A Comissão Nacional da Verdade - estabelecida para esclarecer os factos de um regime que durou mais de 20 anos - reconhece que houve pelo menos 434 mortes e desaparecimentos de opositores por razões políticas durante a ditadura de 1964 -1985.

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