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Ministra britânica sugere que BBC deve pedir desculpa a Trump devido a erro de edição

Presidente norte-americano ameaça pedir indemnização de mil milhões de dólares caso a emissora não se retrate.

11 de novembro de 2025 às 11:16

A polémica entre a BBC e Donald Trump continua a marcar a atualidade no Reino Unido e esta terça-feira a ministra de Estado para o Governo Local, Alison McGovern, sugeriu que a emissora britânica deve um pedido de desculpas ao presidente norte-americano.

"Se cometeram um erro editorial, então deveriam pedir desculpa. Acho que a BBC provavelmente está cheia de políticas sobre o que devem fazer quando cometem erros editoriais, por isso penso que deveriam cumpri-las", referiu Alison McGovern numa entrevista à LBC.

Na segunda-feira a BBC pediu desculpa pela forma como o discurso de Trump foi editado no programa "Panorama", mas fê-lo numa carta enviada ao Comitê de Cultura da Câmara dos Comuns e não diretamente a Donald Trump.

Alison McGovern, contudo, não respondeu à questão relacionada com a intenção de Trump em exigir mil milhões de dólares (8,5 mil milhões de euros) caso a emissora britânica não se retrate da polémica relacionada com a transmissão de uma reportagem com uma montagem de um discurso do presidente norte-americano que induziu os espectadores em erro.

"O Presidente Trump não terá outra alternativa senão fazer valer os seus direitos legais e equitativos, todos expressamente reservados e não renunciados, incluindo a apresentação de uma ação judicial por um mínimo de mil milhões de dólares em indemnizações. A BBC está notificada", podia ler-se numa carta enviada pela assessoria jurídica de Trump. 

Um porta-voz do governo inglês, entretanto, recusou abordar o assunto e negou a existência de qualquer conversa entre Donald Trump e o primeiro-ministro inglês Keir Starmer sobre o tema.

"Este é um assunto que diz respeito à BBC. Não cabe ao governo comentar", referiu o porta-voz citado pela Sky News. "A nossa posição é clara: a BBC é independente e cabe à própria emissora responder a questões sobre as suas decisões editoriais", acrescentou.

Tim Davie, director demissionário da BBC, realizou esta terça-feira uma vídeoconferência com funcionários da emissora e defendeu o jornalismo que se faz na BBC:"Temos que lutar pelo nosso jornalismo. Estamos numa organização única e sob pressão. Vejo a imprensa livre sob pressão. Vejo a instrumentalização. Acho que temos de lutar pelo nosso jornalismo. Estou orgulhoso do nosso trabalho".

No domingo, além de Tim Davie, também a chefe de informação da BBC, Deborah Turness, renunciou ao cargo.

A BBC é acusada de ter editado diferentes partes de um discurso de Donald Trump datado de 06 de janeiro de 2021, dia em que centenas de apoiantes invadiram o Capitólio, insinuando que o Presidente norte-americano disse aos seus apoiantes que iria caminhar com eles até ao Capitólio para "lutar como demónios".

No entanto, na frase original, Trump dizia: "Vamos caminhar até ao Capitólio e vamos encorajar os nossos corajosos senadores e representantes no Congresso".

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