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Mulher infetada com Covid-19 vê mãe morrer com a doença ao seu lado no hospital

Maria e a filha trocaram o último adeus de mãos dadas nos cuidados intensivos.

04 de janeiro de 2021 às 12:06

Uma mulher que esteve infetada com o novo coronavírus no Reino Unido conta a experiência horrível que passou ao combater a doença que lhe levou a mãe, Maria Rico, de 76 anos. Mãe e filha estiveram internadas nos cuidados intensivos com Covid-19, em camas separadas por apenas alguns centímetros. Com Maria, de 76 anos, a morrer vítima da doença, a filha revelou agora imagens dos últimos momentos das duas, e deixou um apelo.

Anabel Sharma, de 49 anos, deu entrada nos cuidados intensivos do Hospital Leicester Royal Infirmary em meados de outubro mas, cerca de 15 dias depois de estarem internadas, A inglesa foi aproximada da mãe pelos médicos, porque esta queria falar com a filha.

"Não a conseguia ouvir bem, por causa das máscaras e dos aparelhos de ventilação. O médico teve que me ‘traduzir’, por nunca tiraram os nosso ‘capacetes’ para nos conseguirmos ouvir melhor uma à outra. Mas percebi algumas palavras: ‘funeral’ e ‘cremação’. O médico depois disse-me que ela ia morrer e eu comecei logo a chorar.

O pesadelo de Anabel estava apenas a começar. A mãe morreu poucos dias depois, em novembro, e a mulher apenas pode assistir ao funeral da mãe através de um ecrã. Ainda ficou internada mais de um mês e, mesmo agora, ficou com sequelas da doença e danos permanentes nos pulmões, pelo que precisa de máscara de oxigénio para respirar.

"Sinto que é importante dizer às pessoas, não o que devem ou não fazer, mas explicar-lhes como é passar por isto, para que pensem bem nas escolhas que fazem para combater a Covid-19", afirma Anabel ao Metro, sublinhando que, também enquanto profissional de saúde, percebe os anseios e dificuldades dos médicos e enfermeiros que a trataram. "Voltei para lhes deixar uma lembrança e todos choraram, eles não veem muitos pacientes com Covid-19 voltar… Eles trabalham dias inteiros, horas a fio, para salvas vidas e vê-se na cara deles o desalento e a desmoralização quando alguém morre. Peço a todos que pensem o quanto esta situação da Covid-19 é difícil também para eles", termina a mulher.

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