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Número de vítimas do coronavírus reduz em Espanha e Itália. Será esta a luz ao fundo do túnel?

Países parecem já ter atingido o planalto da curva de infeção. Ainda assim, restrições são para manter.

06 de abril de 2020 às 09:48

As mais recentes notícias que chegam de Espanha e Itália, os países mais afetados pelo coronavírus na Europa, parecem trazer uma nova lufada de esperança no surto que tem causado milhares de mortos e um número sem fim de casos por infeção no "velho continente". 

Este domingo, o número diário de mortes em Itália atingiu o valor mais baixo das últimas duas semanas, e a curva de infeção da doença mostra estar aparentemente em declive. O número de pacientes com Covid-19 internados nos cuidados intensivos também registou uma ligeira diminuição nos últimos dias, nomeadamente em Lombardia, a região mais afetada pela pandemia. 

"A curva começou a descer", disse Silvio Brusaferro, presidente do Instituto Superior de Saúde, durante um briefing à comunicação social no domingo. Não obstante, o nível de alerta não desvaneceu e os italianos receberam esse mesmo aviso. "Estas boas notícias não devem servir para baixarmos a guarda", referindo-se às medidas de contenção social com que o povo  se tem confrontado, e que, de acordo com as autoridades do país, deverão manter-se durante mais algumas semanas. 

Já a Espanha anunciou este domingo mais 6023 infeções por coronavírus no país, elevando a contagem nacional para 130.759 casos. Ainda assim, este número revelou-se menor ao aumento de 7.026 do dia anterior. Já o registo de mortes entre sábado e domingo foi de 647, a terceira descida diária consecutiva. 

"Estamos a começar a ver a luz ao fundo do túnel", disse o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchéz, alimentando a esperança dos espanhóis, em quarentena desde março.

A guerra (e o vírus) não está vencida(/o)

Maria José Sierra, do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências de Saúde de Espanha, sublinha que esta aparente nova tendência é o reflexo de três semanas de distanciamento social.

Espanha prepara-se agora para dar início a estudos que vão testar o número de espanhóis imunes à doença, uma medida que Portugal também já anunciou que vai adotar.

Em Itália, o confinamento social foi alargado até ao dia 13 de abril, e a Proteção Civil já avisou que a quarentena deverá durar até, pelo menos, ao início de maio. Na região da Toscana, à semelhança da Lombardia, o uso de máscaras ou lenços passou a ser obrigatório. 

Com a aproximação da Páscoa, o departamento de segurança pública italiano está a preparar uma operação de controlo nas principais autoestradas e nacionais do País. Apesar dos esforço, há quem ainda teime em não cumprir as regras de confinamento: só este sábado, Itália registou um recorde de 9348 multas por infração e incumprimento, o número mais elevado desde o dia 26 de março.

Ainda assim, Roberto Speranza, o ministro da saúde, deixou no ar a promessa de em breve acontecer um levantamento "gradual e controlado" das restrições, uma vez que o país parece já ter atingido o planalto da curva.

No total, Itália regista mais de 128 mil casos e 15 mil mortes desde o início do surto. Já em Espanha, há mais de 130 mil infetados por coronavírus, causador de uma pandemia que já levou à morte de pelo menos 12 mil pessoas no país vizinho. Mas será esta a ‘luz ao fundo do túnel’ que vai abrir as portas para um futuro com alguma esperança no combate ao Covid-19? Resta saber se a tendência se mantém, e se a estes países lhe seguirão no exemplo outras nações europeias, tais como Portugal.

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