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ONG angolanas consideram ditatorial corte de internet durante protestos de sábado

O executivo liderado pelo Presidente angolano, João Lourenço, terá privado durante oito horas, do dia 19 de julho de 2025, os serviços de internet em todo território nacional.

21 de julho de 2025 às 19:53

Organizações da sociedade civil angolana condenaram esta segunda-feira o corte da internet verificado sábado, em Angola, no período em que várias províncias protestavam contra a subida do combustível e das propinas escolares, considerando a medida uma atitude antidemocrática e ditatorial.

As organizações não governamentais angolanas OMUNGA, Friends of Angola, Upange, FORDU E ALDA, em nota de repúdio divulgada, consideram o corte da internet no passado sábado, em Angola, uma atitude antidemocrática e ditatorial contra o exercício livre de reunião e manifestação.

Segundo as ONG, o executivo liderado pelo Presidente angolano, João Lourenço, privou durante oito horas, do dia 19 de julho de 2025, os serviços de internet em todo território nacional, na altura em que se realizavam manifestações em várias capitais de províncias de Angola contra a subida do preço do gasóleo.

"Todas as marchas tiveram como horário de partida 13:00 horas, foi exatamente neste período em que se verificou baixa de intensidade na utilização da internet, ou seja, houve corte de internet em todo país enquanto decorria a manifestação contra a subida do gasóleo", refere-se na nota.

Para as associações cívicas, esta conduta "é um atropelo inequívoco do disposto na Constituição da República de Angola", realçando que o uso das novas tecnologias de informação, com realce para as redes sociais, "têm sido alternativas aos órgãos de comunicação públicos que são geridos com recursos públicos".

"O corte nos serviços de internet que se verificou durante a realização das manifestações, tudo aponta que entrou em campo a figura de 'Ordem Superior', com o objetivo de diminuir o impacto das manifestações pacíficas que estavam a decorrer nas diferentes províncias do país", realçam as associações.

Instam ainda a Procuradoria-Geral da República a abrir um inquérito para apurar as motivações e responsabilizar os infratores pelos prejuízos causados aos cidadãos.

Várias pessoas, sobretudo nas redes sociais, criticaram o corte da internet no sábado, em Angola, ocasião em que várias províncias protestavam contra as medidas de aumento das tarifas do combustível, do serviço de táxi e das propinas escolares, alegando que a medida visou travar a difusão dos protestos.

A Angola Cables, multinacional do setor das telecomunicações, deu conta, na ocasião, que o país ficou parcialmente impedido do acesso à internet, no sábado, devido a uma avaria originada por obras na via pública que causaram cortes nas interligações em fibra ótica e que afetou vários operadores de internet.

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