Mondlane e Gilmário Vemba encontraram-se no início do mês e partilharam um vídeo em que dizem "Anamalala", expressão utilizada pelo político durante a campanha presidencial.
O político Venâncio Mondlane afirmou esta segunda-feira que recusa de entrada em Moçambique a um grupo de humoristas, para um espetáculo, incluindo Gilmário Vemba, teve "motivações políticas", por o angolano ser seu "apoiante".
"Eu acredito que sim, porque o Gilmário, para além de ter sido um dos primeiros angolanos que afirmativamente se posicionou em relação à verdade eleitoral de Moçambique, ele também foi, digamos assim, o embaixador da minha marca pessoal que lancei em Portugal", disse o ex-candidato presidencial, que não reconhece os resultados das eleições gerais de 09 de outubro, em declarações aos jornalistas à chegada ao aeroporto de Maputo.
Venâncio Mondlane esteve nas últimas semanas na Europa - em Portugal e Alemanha -, tendo publicado imagens de um encontro com Gilmário Vemba, com quem diz ter falado ainda no domingo, quando o grupo viu a entrada em Moçambique não autorizada pelas autoridades migratórias, por não terem visto apropriado para a atividade.
"Eu disse, olha Gilmário, meu irmão, finalmente já foste batizado. Só isso que eu posso dizer", afirmou Venâncio Mondlane.
Em 08 de julho, Venâncio Mondlane e Gilmário Vemba partilharam publicamente um encontro, em Lisboa, exaltando "Anamalala", que em língua macua, falada no norte de Moçambique, significa "vai acabar" ou "acabou" - expressão usada pelo político na campanha para as eleições gerais de outubro de 2024 e que se popularizou nos protestos por si convocados nos meses seguintes -, acrónimo do partido que está a tentar legalizar: Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (Anamalala).
"Eu estive a analisar, mas naturalmente os juristas podem dizer isso melhor. Existe um acordo de supressão de vistos entre Angola e Moçambique. Sendo uma atividade cultural, em termos específicos, há umas taxas que se pagam, mas essas taxas são pagas como se fosse um visto de fronteira. E ele já fez isso várias vezes, inclusive aqui em Moçambique, portanto, não sei porque desta vez tem que ser diferente", acrescentou.
Os humoristas, que domingo foram impedidos de entrar em Moçambique onde tinham um espetáculo, negaram esta segunda-feira que tenham tentado entrar no país como turistas, alegando que tentaram no aeroporto adquirir o visto de atividades culturais que lhes foi solicitado.
A Showtime, agência do espetáculo Tons de Comédia, com os humoristas Hugo Sousa (Portugal), Gilmário Vemba (Angola) e Murilo Couto (Brasil), indicou que a comitiva chegou ao aeroporto da capital moçambicana ao inicio da tarde de domingo, com um espetáculo agendado para as 17:00 (16:00 em Lisboa), em Maputo.
Os artistas "foram abordados por um agente da autoridade, que solicitou os passaportes da comitiva, alegando que lhes seria concedida prioridade devido à proximidade do 'show'", mas, "ao chegarem ao balcão de imigração, o mesmo agente requereu o visto de atividades culturais", adianta a agência.
"O grupo respondeu que havia solicitado o mesmo apenas para o Murilo Couto, dado que, por ser brasileiro, não poderia beneficiar da isenção de visto" e "mostrou-se disponível para proceder com o visto de fronteira e para efetuar o pagamento correspondente, uma vez que a tabela de preços estava afixada e havia balcões disponíveis para este fim".
Fonte da agência do grupo disse à Lusa que eles não sabiam que tinham de ter visto de atividades culturais e que assim que foram informados dessa necessidade tentaram obtê-lo no aeroporto, tal como já fizeram em outros países, como Cabo Verde.
E adiantou que o visto de turista seria uma solução para o grupo poder sair do aeroporto no domingo, até regressar no dia seguinte para embarcar para Portugal, porque o espetáculo já tinha, entretanto, sido cancelado.
Isto depois de serem informados por um representante da TAAG (Linhas Aéreas de Angola) de que "a imigração havia pedido que a comitiva fosse devolvida a Luanda", de onde tinham partido em direção a Maputo, o que só poderia acontecer na terça-feira.
O diretor-geral do Serviço Nacional de Migração (Senami) moçambicano tinha justificado a recusa de entrada no país aos humoristas por o terem tentado fazer com visto de turismo, quando pretendiam realizar um espetáculo.
"Vieram ao país mas não obedeceram aos critérios pelos quais eles vinham. Porque eles vinham para dar um espetáculo, um 'show'. É uma atividade cultural", disse o diretor-geral, Zainedine Danane, questionado pela Lusa à margem do evento que assinalou esta segunda-feira os 50 anos do Senami, em Maputo, acrescentando que os promotores também não deram entrada com o necessário requerimento da realização do evento no Ministério da Cultura moçambicano.
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